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Meio Ambiente

COP30 termina com avanços em adaptação e impasse sobre fósseis

Cúpula do Clima de Belém terminou no último sábado (22) com um acordo considerado limitado em pontos centrais

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Principal avanço foi a definição de indicadores para a Meta Global de Adaptação
Principal avanço foi a definição de indicadores para a Meta Global de Adaptação | Foto: Rafa Neddermeyer/COP30

A Conferência do Clima de Belém (COP30) encerrou-se neste sábado (22) com resultados mistos. O principal avanço foi a definição inédita de indicadores para a Meta Global de Adaptação, criando uma régua comum para medir o preparo dos países contra eventos extremos.

Entretanto, questões cruciais permaneceram sem solução. O texto final não trouxe compromissos sobre a eliminação de combustíveis fósseis nem medidas suficientes para garantir o limite de aquecimento de 1,5°C — ponto que cientistas alertam já estar perigosamente próximo. As pendências financeiras e de mitigação agora seguem para a COP31, que ocorrerá em 2026, em Antália, na Turquia.

Confira abaixo, de forma resumida, os 12 principais pontos da cúpula:

Roteiros de transição excluídos: Devido à resistência de países produtores de petróleo, as propostas de Brasil e Colômbia para organizar o fim do desmatamento e a transição energética ficaram fora do texto final.

Meta de Adaptação (GGA) aprovada, mas tímida: O acordo estabeleceu cerca de 60 indicadores para monitorar a preparação climática. Contudo, a redução da lista original e a falta de verbas claras geraram críticas sobre a fragilidade da meta.

Financiamento vago: Os países concordaram em "esforçar-se" para triplicar os recursos de adaptação até 2035, mas não definiram valores exatos, fontes pagadoras ou prazos rígidos, dificultando o planejamento das nações vulneráveis.

Mitigação estagnada: Sem citar combustíveis fósseis, o texto manteve a ambição no mesmo nível da COP anterior. Divergências diplomáticas travaram medidas concretas para a redução de emissões.

Protagonismo indígena oficializado: Em um avanço histórico, os documentos finais reconhecem explicitamente os direitos indígenas e o papel fundamental desses povos na proteção florestal como estratégia climática.

Brasil insiste nos "mapas do caminho": Mesmo fora do acordo oficial, a presidência da COP prometeu elaborar documentos independentes sobre fósseis e desmatamento até 2025, visando influenciar a próxima conferência.

Comércio internacional em pauta: Pela primeira vez, iniciou-se oficialmente o debate sobre como as regras de comércio global podem impulsionar — ou frear — a adoção de tecnologias limpas e influenciar o clima.

Plano de Ação de Gênero: Foi aprovado o documento que orienta e amplia a participação feminina em todos os níveis de decisão climática, superando objeções conservadoras apresentadas na plenária.

Criação do Mecanismo de Belém (BAM): A conferência instituiu um mecanismo permanente para a transição justa, auxiliando países em desenvolvimento a descarbonizar suas economias sem desamparar trabalhadores e comunidades.

Base comum para monitoramento: Apesar das limitações, a adoção dos indicadores da GGA é um marco técnico, permitindo comparações reais sobre a adaptação global e abrindo um processo de dois anos para detalhamento prático.

Reconhecimento da urgência financeira: O compromisso político de triplicar o financiamento para adaptação, embora careça de detalhes, sinaliza o reconhecimento oficial de que os investimentos atuais são insuficientes.

Fundo Florestal (TFFF) fortalecido: O fundo ganhou tração política e financeira, ultrapassando US$ 6 bilhões em compromissos com a nova adesão da Alemanha, consolidando-se como um mecanismo chave da cúpula.

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