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Viciados em Internet evitam outras atividades e a realidade

Quem passa a maior parte do tempo conectado à internet em salas de bate-papo, jogando ou procurando notícias pode estar evitando outras atividades. É como se a pessoa descobrisse uma maneira de fugir da realidade, como se criasse uma vida paralela, explica Ivelise Fortin de Campos, psicóloga do Núcleo de Pesquisas Psicológicas em Informática (NPPI), da PUC-SP. Como todo indivíduo compulsivo, o viciado em internet demora a perceber os próprios exageros. O grupo de maior risco ainda é o dos jovens. Mas hoje há donas de casa e até pessoas idosas com esse tipo de comportamento, afirma a pesquisadora. Nos anos 90, a psicóloga norte-americana Kimberly Young pesquisou pessoas supostamente viciadas em computador. Young aplicou o mesmo questionário criado para diagnosticar a compulsão por jogo e concluiu que o número de dependentes em computador era cada vez maior. No livro Entendendo o Cibersexo: da Fantasia ao Vício (não lançado no Brasil), Young analisa o comportamento de dependentes de sexo via internet. Segundo a psicóloga, o cibersexo não é um problema de solitários e fracassados, como se pode imaginar. Ao contrário, os entrevistados não apresentam problemas emocionais.