Chalita: o homem, o artista e a obra

O que é a obra de arte senão a materialização de uma ideia e de um enigma, posto que nos fazem refletir sobre o mundo que nos cerca. A arte de Chalita é assim, enigmática e autêntica, e nas palavras do filósofo frankfurtiano Adorno:?com conteúdo de verdade?. O enigmático que a obra suscita, a reflexão que nos leva a decifrar este conteúdo. Definitivamente a obra Chalitiana é ?autêntica? no sentido que Adorno a impôs, livre de pré-conceitos e altamente reflexiva. ?Ao exigir a solução, o enigma remete para o conteúdo de verdade, que só pode obter-se através da reflexão.? (Adorno, 1970). A qualidade sublime da obra do artista vai além da sua composição e técnica, mas na disponibilidade que nos impõe e instiga a questionar cada traço, cada forma e cada cor. Já o homem deixa um legado de sua cultura a uma geração de artistas, a seu Estado e ao País. A obra, por sua autenticidade ímpar e força, o coloca no mais alto dos patamares em relação à arte nacional e internacional. Se para Hengel a arte é o domínio do ideal superior à natureza, sendo a manifestação do espírito absoluto, que se exterioriza após a religião, então podemos refletir sobre sua materialidade. Para Hengel, segundo o filósofo Nunes, (1989), ?as diferentes artes são meios que o espírito, ainda tateante, nessa etapa inicial do seu movimento progressivo, adota para vencer a matéria e garantir a plena realização de suas possibilidades?. Desta forma, Chalita, o homem e o artista, se materializa em sua extensa obra e torna-se imortal. ?Chalita: o homem, a artista e a obra? é uma pesquisa ainda em curso na Universidade Federal de Alagoas, que investiga a produção artístico-cultural do arquiteto e artista plástico Pierre Chalita enquanto pintor de destaque internacional e grande incentivador e divulgador das artes no Estado de Alagoas. (*) É professora da Ufal.