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Nº 5759
Opinião

V�cios

HUMBERTO MARTINS * O Sistema Único de Saúde (SUS) assistirá gratuitamente aquelas pessoas que pretendem se libertar do vício do fumo. Portaria nesse sentido foi assinada pelo ministro da Saúde, Barjas Negri, no dia 30 de agosto passado, Dia Nacional de C

Por | Edição do dia 01/10/2002 - Matéria atualizada em 01/10/2002 às 00h00

HUMBERTO MARTINS * O Sistema Único de Saúde (SUS) assistirá gratuitamente aquelas pessoas que pretendem se libertar do vício do fumo. Portaria nesse sentido foi assinada pelo ministro da Saúde, Barjas Negri, no dia 30 de agosto passado, Dia Nacional de Combate ao Fumo. Milhões de pessoas, no mundo inteiro, morrem ou sofrem graves problemas de saúde como conseqüência do consumo de cigarros e charutos. Por longo tempo, governos e demais entidades responsáveis pela saúde pública omitiram-se da obrigação de esclarecer a população sobre os males causados pelo fumo. Quem prestar atenção aos filmes exibidos em cinemas e televisões, há mais de dez anos, verá como era avassaladora a propaganda de cigarros, consumidos por gente chique e glamourosa, induzindo assim os espectadores a também fumar. Mesmo em menor escala, essa propaganda comercial ainda corre, apesar da cam-panha contra o cigarro ter assu-mido, nos últimos tempos, as proporções de uma cruzada. Existe, aliás, enorme desproporção no Brasil, entre as campanhas institucionais contra o fumo e o álcool. As bebidas alcoólicas, principalmente a cerveja, consumida por milhões de pessoas, responsáveis por um sem-número de acidentes e incidentes que provocam milhares de mortos e feridos, a cada ano, são como que intocáveis. Cumpre destacar que essa não é uma situação que se observe apenas no Brasil, embora nos países em desenvolvimento fumo e álcool sejam combatidos com a mesma intensidade. Cerca de 140 milhões de pessoas, no mundo inteiro, são dependentes do álcool; 5% de todas as mortes de pessoas entre 15 e 29 anos são atribuídas ao uso do álcool. Campanhas institucionais reduziram o consumo de álcool em países da Comunidade Econômica Européia que baniram a propaganda de bebidas, se comparadas com as nações – como o Brasil – onde a propaganda é livre. O consumo de álcool e fumo são dois dos maiores males que afligem a humanidade, embora seja feito em grande escala. E a iniciativa do SUS de apoiar os indivíduos que pretendem largar o vício do fumo é elogiável. Tomara que ela inclua igualmente os que querem se livrar do alcoolismo, mal que além de constantes acidentes e incidentes, provoca a falta ao trabalho de milhões de pessoas, comprometendo assim a estrutura familiar e as atividades econômicas. A duração do tratamento para os dependentes do fumo será de um ano, ao custo de R$ 175 por paciente, segundo o Ministério da Saúde. Já a partir de outubro, 20 mil fumantes serão beneficiados, em 41 centros médicos credenciados. O consumo de cigarro no Brasil assume proporções espantosas: 40 milhões de pessoas fumam, o que equivale a um terço da população adulta. Também crianças, em número de 2,5 milhões, fumam, o que é, na verdade, um índice alarmante. O Brasil investirá, em 2003, R$ 34 milhões em programas de combate ao fumo. Estatísticas disponíveis revelam que 200 mil pessoas morrem, a cada ano, entre nós, por causa do consumo de cigarros. A previsão é de que até o ano de 2030, 10 milhões de pessoas morram no mundo em conseqüência do uso do cigarro. Fumo e álcool são vícios, drogas que matam as pessoas, destroem a família e, conseqüentemente, prejudicam a saúde e o desenvolvimento do País. (*) É DESEMBARGADOR DO TJ/ALAGOAS

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