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Nº 5899
Opinião

O combate � pobreza

Começam a repercutir as primeiras reações, principalmente de organizações não governamentais (ONGs) de várias partes do planeta ao relatório final da Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (Rio +10), realizada em Johannesburgo

Por | Edição do dia 04/09/2002 - Matéria atualizada em 04/09/2002 às 00h00

Começam a repercutir as primeiras reações, principalmente de organizações não governamentais (ONGs) de várias partes do planeta ao relatório final da Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (Rio +10), realizada em Johannesburgo (África do Sul). As críticas são mais em relação ao acordo alcançado no encontro de dez dias, que termina hoje e oferece apenas “migalhas para os pobres”, quando a pobreza no mundo era o principal assunto da conferência. O resultado, conhecido desde ontem, foi o novo pacto mundial para, até 2015, se reduzir pela metade o número de pessoas no mundo sem acesso à água e à infra-estrutura sanitária e também para desenvolver fontes alternativas de energia. Mas sem a própria cúpula especificar prazos e metas concretas, levando o porta-voz das ONGs, Andrew Hewitt, a afirmar: “A maioria dos líderes mundiais não teve a coragem e a vontade de buscar um acordo que poderia realmente combater os problemas da pobreza e da degradação ambiental”. O documento final da Rio+10 também não estabelece nenhum compromisso quanto aos prazos para os países desenvolvidos eliminarem os subsídios internos para a agricultura. Outras metas não menos importantes foram relegadas. Inclusive sobre o aumento da ajuda financeira internacional a países pobres e o perdão de dívidas. Mesmo assim, os governos das nações mais drasticamente afetadas pelo crescimento da fome devem direcionar suas prioridades para a eliminação das principais causas e efeitos do problema. Como as formas perversas de distribuição das riquezas que agravam as desigualdades sociais, as exclusões. Fatores que fazem o Brasil aparecer entre os países detentores dos mais deploráveis índices de desenvolvimento humano. Antes do século passado terminar, dados levantados pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) já apontavam para a existência de cerca de 750 milhões de famintos no mundo - entre elas 200 milhões de crianças ou 13% da população. E havia o compromisso firmado por 186 países de reduzir a desnutrição mundial à metade até o ano 2015.

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