loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
quarta-feira, 25/06/2025 | Ano | Nº 5996
Maceió, AL
29° Tempo
Home > Opinião

Opinião

Um s�culo de Arnon de Mello

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp

Século, espaço de cem anos. Diz-se particularmente dos espaços de cem anos contados a partir da era do nascimento de Cristo. Certo de que, no espaço e no tempo não há fim nem começo, acho oportuno iniciar este comentário nesta semana de setembro, quando no dia 19 último, toda Alagoas comemorou com muita emoção, o centenário do nascimento do jornalista, empresário, escritor, advogado, senador e governador do Estado, Arnon Affonso Farias de Mello, que na empresa privada, construiu e dotou o nosso Estado, do maior complexo de comunicação, cuja organização tem o seu honrado nome. Naquele 19 de setembro de 1911, nascia em Rio Largo, o nosso homenageado, poucos anos depois transferindo-se para Maceió, e, como disse Euclides da Cunha, ?Viver é adaptar-se?, logo na sua juventude, iniciou o seu trabalho no velho Jornal de Alagoas, de Luís Silveira, como revisor, partindo daí a sua brilhante carreira no jornalismo e nas letras no Rio de Janeiro. Já dizia Goethe, ?O talento forma-se na tranquilidade: o caráter, no tormento da vida?. O meu conhecimento com o senador Arnon de Mello se efetuou em 1952, ele governador do Estado, eu, vereador em Maceió, pelo Partido Socialista Brasileiro, criado neste Estado, pelo saudoso deputado Aurélio Vianna, convidado que fora para ir ao Palácio ?Marechal Floriano?, ocasião em que ele me falou da necessidade do meu apoio para a extensão do serviço de água aos bairros de Maceió, bem como de um projeto do então prefeito da capital, Joaquim Leão, que visava doar o terreno ao Sesc, em Jaraguá, para a construção do prédio que lá se encontra, sendo prontamente atendido. Sua Excelência falou ainda da sua administração fecunda, citando dentre outras, o saneamento, a construção do Centro Educacional de Maceió ?Antônio Gomes de Barros?, no Farol, inaugurado com uma capacidade de aproximadamente 5.000 alunos, à época, e variedade de seus cursos, constituindo-se numa verdadeira universidade nível médio; Escola de Aprendizes Marinheiros, que inexplicavelmente o alagoano deixou ser transferida para outro Estado; a primeira rodovia asfaltada ligando Maceió a Palmeira dos Índios. Pela sua luminosa trajetória, pelos seus exemplos de cidadão, de homem íntegro e sem mácula podemos afirmar que Arnon de Mello combateu o bom combate. Registre-se igualmente, o trabalho incansável, à época, da saudosa senhora Leda Collor de Mello, sua digna consorte, gaúcha de alma alagoana, ela plantou aqui as suas raízes, fundando em Maceió a Associação de Cultura Franco-Brasileira, Sociedade de Cultura Artística, trazendo para nossa província, luminares da música erudita, pintores famosos, grupos teatrais famosos, fundou a Cruz Vermelha e deu nova dimensão à L.B.A. Finalmente, Arnon de Mello faleceu em novembro de 1983 e envelheceu como as árvores envelhecem, sem temer a idade. (*) É procurador de Estado e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (Ihgal).

Relacionadas