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Nº 5831
Opinião

Quest�es sociais

O Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, que acaba de acontecer em Maceió, foi dos mais oportunos, por vários aspectos. Principalmente, pelas recomendações que priorizam a situação das crianças que trabalham em atividades doméstic

Por | Edição do dia 26/09/2002 - Matéria atualizada em 26/09/2002 às 00h00

O Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, que acaba de acontecer em Maceió, foi dos mais oportunos, por vários aspectos. Principalmente, pelas recomendações que priorizam a situação das crianças que trabalham em atividades domésticas e que estão fora do programa. Os participantes do evento chegaram à conclusão de que elas merecem uma atenção especial dos governos e das entidades ligadas ao problema. O próprio representante do Ministério do Trabalho destacou as dificuldades para fiscalizar o trabalho infantil residencial, porque as crianças são entregues por suas famílias e depois passam a empregadas domésticas sem qualquer notificação ou remuneração. Há ainda a ressaltar a observação feita pelo coordenador da organização não-governamental (ONG) Projeto Catarse, Walmar Buarque, sobretudo quando ele diz que as crianças não incluídas acabam na informalidade ou na delinqüência”. Há muito a ser discutido ainda em relação a essa e as outras questões relacionadas à não obediência à própria Constituição, à pobreza e a miséria crescentes no País. Às suas principais causas destes problemas, como a concentração de renda, a diminuição das oportunidades de trabalho no mercado formal, e do poder de compra da maioria dos que ainda possuem um emprego. Segundo os dados divulgados, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só de janeiro a julho deste ano o trabalhador brasileiro sentiu uma queda de 4,2% em sua renda em relação a igual período do ano passado. O resultado foi pior para os que têm carteira assinada, pois seus rendimentos caíram 4,7% nesse mesmo tempo, seguidos pelos que trabalham por conta própria (retração de 4,5%). Não faltam propostas e estudos que podem e devem ser colocados em prática contra esses fatores que alimentam as desigualdades sociais no País que aparece no ranking da Organização das Nações Unidas (ONU) como a quarta pior distribuição de renda do mundo, entre 162 países. Começando pelos que defendem maior acesso à educação e investimentos voltados para a geração de mais emprego e justa distribuição das riquezas.

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