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Carnaval de siglas embala a diplomacia

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Ontem, na cidade de Caracas, Venezuela, reuniram-se representantes dos 33 países da América Latina, para formar uma nova entidade internacional, que se abrigará sob a sigla Celac. Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos é o nome completo do rebento. Nasce com o fito de articular e representar os países da América Latina na adoção de plataformas comuns, sem a presença das duas mais ricas nações americanas: Estados Unidos e Canadá. Articulação de semelhantes sempre pode ser positiva, na medida em que o sectarismo e o espírito de gueto sejam mantidos longe dos objetivos maiores da associação. Para o governo brasileiro, a Celac seria ?o terceiro anel do processo de integração regional, seguido do Mercosul e da Unasul?. Se somarmos com a desgastada OEA, a conta aponta para quatro siglas gerais apenas nesse velho Novo Mundo. Porém, se observarmos com mais atenção a proliferação de siglas que se arvoram como associações de países no mundo, notaremos um verdadeiro carnaval de ?agrupamentos?. A maioria, em verdade, nada representa; mas estão fazendo o passo, prometendo ser o bloco que vai passar na sua vida, conquistando seu coração. Vejamos as siglas em circulação global, selecionando apenas as que apareceram depois da criação do acrônimo Bric (Brasil, Rússia, Índia, China), inventado por Jim O?Neill, em 2001: Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul), Civets (Colômbia, Indonésia, Vietnã, Egito, Turquia e África do Sul), Piigs (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), Cement (Countries in Emerging Markets Excluded by New Terminology, ou Países nos Mercados Emergentes Excluídos pela Nova Terminologia), Carbs (Canadá, Austrália, Rússia, Brasil e África do Sul), Eagles (Emerging and Growth Leading Economies), Mints (Malásia, Indonésia, Nova Zelândia, Tailândia e Cingapura), Mist (México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia), Cassh (Canadá, Austrália, Cingapura, Suíça e Hong Kong). Isto sem falar nos G (G2, G4, G5, G7, G8, G20, G77... E assim por diante). Uma sigla a mais, ou a menos, não fará diferença. A não ser que projetos verdadeiramente inovadores sejam construídos.

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