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A COVARDICE CONTRA OS MORADORES DE RUA

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Mais um dado tenebroso confere tons lamentáveis à avaliação do ano que se encerra em Alagoas. Segundo a OAB/AL, 24 moradores de rua foram assassinados em Maceió até o dia 28 de dezembro. Uma média de dois assassinatos por mês. A 24ª vítima, uma mulher, padecia do mesmo perfil de seus antecessores: uma pessoa excluída, indefesa, sobrevivente nas ruas, despossuída, viciada em drogas tão baratas quanto destruidoras. Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas, Gilberto Irineu, ?a falta de atenção do poder público e a demora na conclusão das investigações pela polícia judiciária sobre a morte de moradores de rua em Alagoas contribuem para que os assassinatos continuem acontecendo?. Infelizmente não há respostas convincentes para essa persistente onda de horror. As investigações, até prova em contrário, pouco avançam e praticamente nada esclarecem sobre esse tipo de ocorrência que tem se transformado em mais uma mácula a depor contra nosso Estado. Como os demais índices da violência, o número de assassinatos cometidos contra moradores de rua em Maceió ultrapassa os limites de tudo que possa ser entendido como padrão criminoso no Brasil. A cada ano o problema parece se agravar, e até as estatísticas destoantes findam por acrescentar mais inseguranças e perplexidades a esse quadro dantesco. Reclama a OAB alagoana da não implementação de planos e iniciativas anteriormente traçados como forma de prevenção dessa tragédia. E os fatos indicam correção para as críticas assestadas às autoridades públicas, ? aparentemente ? nada tem sido feito, de forma consistente, para um enfrenamento (minimamente digno deste nome) a tão medonho estado de coisas. Dois moradores de rua trucidados por mês: um número horripilante, vergonhoso. Ao registrar e lamentar essa infelicidade cabe-nos, enquanto exercício da cidadania e defesa do humanismo em suas bases mais elementares, exigir das autoridades uma mudança radical de atitudes frente a esse descalabro criminoso. Que 2012 honre Alagoas com uma drástica redução nesse número monstruoso.

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