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Nº 5822
Opinião

Apelos do semi-�rido

Prefeitos dos municípios do agreste e do sertão alagoanos começam a temer o pior com o novo período de secas na região. Há prefeituras que já estão recorrendo ao velho esquema de distribuição de água com o uso de carros-pipa. A de Pão de Açúcar é uma de

Por | Edição do dia 03/10/2002 - Matéria atualizada em 03/10/2002 às 00h00

Prefeitos dos municípios do agreste e do sertão alagoanos começam a temer o pior com o novo período de secas na região. Há prefeituras que já estão recorrendo ao velho esquema de distribuição de água com o uso de carros-pipa. A de Pão de Açúcar é uma delas, conforme este jornal informou anteontem. A informação foi baseada em declarações do chefe do Executivo local e presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Jorge Dantas. Ele próprio aponta as causas desses temores, destacando a falta de investimentos, em tempo hábil, em obras de infra-estrutura. Com as populações do Semi-árido, periodicamente castigado pelas longas estiagens, sem programas de resultados duradouros não há como evitar o agravamento da pobreza e da miséria. Até parece que, ainda, não são vergonhosos os números que vêm comprovando o enorme déficit social no Nordeste, no Estado e no País. Os relacionados à mortalidade infantil. A outras mazelas decorrentes da escassez de água de qualidade e de alimentos. E também ao êxodo rural, à marginalização, e aos danos nos setores da agricultura e da pecuária. É preciso evitar que as situações de verdadeiro flagelo não se reproduzam em nossas comunidades urbanas e rurais. Para isso, como já afirmamos neste espaço, são necessárias, no lugar das tradicionais medidas paliativas adotadas já com a seca assolando, e que logo são suspensas, as providências que voltam a ser reclamadas pelos prefeitos. Elas não diferem das que vêm sendo defendidas ao longo de décadas, e são mais do que nunca imprescindíveis à garantia permanente de recursos para a consolidação de uma infra-estrutura social e de serviços. Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso Nacional, que investigou os prejuízos da seca de 1987, já mostravam que essa garantia permitirá a convivência do homem com o clima. “E, mais que isso, evitará que as obras sociais emergenciais dos tempos de seca perpetuem o assistencialismo que, na prática da região, tem consolidado a opressão e a servidão...”

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