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Nº 5905
Opinião

Segundo

MARCOS DAVI MELO * Encerradas as eleições em seu primeiro turno, e contabilizada a relevante votação recebida pelo PT – 46 milhões de votos para Lula, aumento expressivo das bancadas de deputados e senadores, ainda a eleição no primeiro turno de dois g

Por | Edição do dia 11/10/2002 - Matéria atualizada em 11/10/2002 às 00h00

MARCOS DAVI MELO * Encerradas as eleições em seu primeiro turno, e contabilizada a relevante votação recebida pelo PT – 46 milhões de votos para Lula, aumento expressivo das bancadas de deputados e senadores, ainda a eleição no primeiro turno de dois governadores e a possibilidade de eleger outros no segundo turno - as avaliações não podem fugir ao óbvio. Uma ideologicamente simplória, seria a do crescimento desmedido da esquerda, que tem no PT sua opção mais viável no País. Certamente há algo mais. Uma mensagem do eleitorado querendo mudanças. Entre elas, a de o modelo econômico esgrimido no governo FHC estar esgotado. A estabilidade da moeda e a dependência do capital externo para alavancar o desenvolvimento, não foram suficientes para dar a Serra, um candidato reconhecidamente preparado, as mesmas condições de disputa eleitoral propiciadas a FHC alguns anos antes. As mazelas surgidas paralelas ao modelo – baixo desenvolvimento econômico, desemprego, criminalidade, insuficiência de recursos para os programas sociais, entre outras - superaram na avaliação dos eleitores as conquistas aferidas pelo governo, sem que com isto se desprezem as qualidades e potencialidades de Lula e de seu partido. O segundo turno será uma nova eleição, sabe-se. Mesmo que em tese a diferença seja ainda muito favorável a Lula, não se pode desconhecer que Serra inicia esta segunda fase em condições melhores que a primeira, quando estava em terceiro lugar, muito abaixo de Ciro Gomes. É provável também que as forças que historicamente tem influenciado poderosamente as eleições presidenciais no País – o capital e a mídia - se reorganizem e tenham um papel ainda mais determinante que o desempenhado até hoje. Espera-se para o segundo turno, o debate limpo e franco, esclarecendo quem teria melhores condições de manter as conquistas obtidas e a possibilidade de concretizar algumas das multas mudanças ansiadas e que foram determinantes até agora nas vitórias da oposição. Em Alagoas, resolvidas as coisas no primeiro turno, respeite-se o resultado das urnas. O governador Ronaldo Lessa não terá, como ainda não teve, facilidades para conduzir o Estado no caminho do inadiável desenvolvimento e da impostergável justiça social. Alagoas irrompe como o Estado mais pobre do Nordeste (segundo a última revista Veja) e o cenário previsto para o próximo ano, tanto nacional como internacional, não é favorável. O governador reeleito demonstrou humildade diante da vitória, o que é bom e não é capitis deminutio. Vai precisar dela, de abrir portas à participação, ao diálogo, pois recebeu da sociedade um relevante legado de confiança para enfrentar uma duríssima tarefa, para a qual todos os alagoanos – que não sejam oposição engajada – não se podem negar a colaborar. (*) É MÉDICO

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