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Nº 5759
Opinião

As portas de Pedro

DOM JOSÉ CARLOS MELO, C.M.* Estive em Roma, às “Portas de Pedro”, a saber, junto ao papa, sucessor de Pedro. Lá estive para participar da “Visita ad Limina” dos Bispos do Regional Nordeste 2 da CNBB, que compreende os Estados do Rio Grande do Norte, Para

Por | Edição do dia 20/10/2002 - Matéria atualizada em 20/10/2002 às 00h00

DOM JOSÉ CARLOS MELO, C.M.* Estive em Roma, às “Portas de Pedro”, a saber, junto ao papa, sucessor de Pedro. Lá estive para participar da “Visita ad Limina” dos Bispos do Regional Nordeste 2 da CNBB, que compreende os Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, de 23 a 28 de setembro. Trata-se de uma visita que todos os bispos devem fazer, ordinariamente, de cinco em cinco anos, com a apresentação de um relatório de suas atividades pastorais em suas dioceses ao papa, às congregações e Conselhos da Cúria Romana. É a segunda que faço. A primeira ocorreu em 1995, em companhia do saudoso e particular amigo cardeal dom Lucas Moreira Neves, quando era seu auxiliar em Salvador. Esta visita é, sem dúvida, um dom do alto e uma especial graça divina para o próprio bispo e para o rebanho que lhe foi confiado ou sua diocese. Para mim, pessoalmente, ela representa um momento marcante daquilo que Jesus confiou a Pedro: “Apascenta os meus cordeiros” (Jo 21,15). “Confirma na fé teus irmãos” (Lc 22, 32). Na verdade, Pedro para nós é João Paulo II. E dele todos recebemos o estímulo, o apoio e a força para a continuação da árdua missão de pastores de nossas igrejas ou nossas dioceses. Dele recebemos também as bênçãos para o nosso rebanho, desde os nossos colaboradores mais imediatos – os sacerdotes, diáconos e agentes de pastoral - até cada um dos fiéis de nossas comunidades. A programação contou com uma Concelebração Eucarística cada dia em uma das principais basílicas de Roma: na de São Pedro, sob o túmulo do apóstolo; na Basílica de Santa Maria Maior, Mãe de todas as Igrejas; na Basílica de São Paulo fora dos Muros, dedicada ao “Doutor e ao “Pregador das Nações”, que tive a satisfação de presidir; e, finalmente, na Basílica de São João de Latrão, dedicada a João Batista, que é a Catedral do papa, bispo de Roma. A passagem por estas Basílicas, com suas características próprias e suas importantes evocações na fé, vale por um especial fortalecimento espiritual e uma verdadeira aula de história. Em todos estes momentos, estava sempre unido aos meus diocesanos e rezava por todos. Outro momento importante para a nossa ação pastoral em nossas dioceses e no Nordeste 2 foram as audiências coletivas com os prefeitos de algumas congregações e presidentes de alguns conselhos Pontifícios. Nelas apresentamos nossos problemas, nossas dúvidas e dificuldades com pedidos de esclarecimentos e nossas reivindicações. Tentando fazer uma síntese, posso afirmar que dois foram os pontos altos desta Visita ad Limina. O primeiro foi, sem dúvida, a audiência particular de cada bispo com Sua Santidade o papa João Paulo II. Fui recebido no dia 24 de setembro em Castel Gandolfo e levei comigo dom Edvaldo Gonçalves Amaral, Arcebispo Emérito de Maceió, e mons. Pedro Teixeira Cavalcante, Vigário Geral de nossa Arquidiocese pelas nossas famílias, pelos jovens, pelos nossos sacerdotes, pelo nosso seminário e pela pastoral vocacional. Impressiona-nos sua lucidez de espírito e a consciência clara que tem de sua missão, o vigor de espírito em um corpo frágil. Foram momentos de profunda emoção vividos na fé. Foram dez minutos tão rápidos de encontro que jamais podemos esquecer, registrados em nossos álbuns: encontro histórico do bispo da Igreja de Roma e Pastor Universal com o modesto bispo da Igreja de Maceió. Semelhante ao primeiro, o segundo ponto expressivo e marcante foi o encerramento da visita, com um almoço com o papa, também em Castel Gandolfo, no dia 28 de setembro, data particularmente grata para mim. A mesa, quase ao lado dele, eu lhe disse que naquele dia eu completava 11 anos de Ordenação Episcopal e ele com um sorriso me deu os parabéns. Após a saudação de dom Fernando Saborido em nome do Regional Nordeste 2, ouvimos a leitura do discurso do papa aos bispos. Seguiram-se momentos de descontração e espontaneidade com o canto: “A benção, João de Deus, “Viva a Mãe de Deus e nossa” etc. Em verdadeiro clima de família e de simplicidade, vários bispos tomaram a palavra para informar sobre a situação de algumas pastorais sob sua responsabilidade. Com as despedidas, a bênção de João Paulo II concluiu aquele encontro junto às Portas de Pedro. (*) É ARCEBISPO DE MACEIÓ

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