Alimento e �gua
O maior desafio dos próximos anos será produzir mais alimentos para uma crescente população mundial em razão de problemas de disponibilidade de água. A afirmação foi feita, como informa a Agência Brasil, pelo secretário-executivo da Secretaria de Apoio
Por | Edição do dia 20/10/2002 - Matéria atualizada em 20/10/2002 às 00h00
O maior desafio dos próximos anos será produzir mais alimentos para uma crescente população mundial em razão de problemas de disponibilidade de água. A afirmação foi feita, como informa a Agência Brasil, pelo secretário-executivo da Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo (Sarc) do Ministério da Agricultura, Alceu Molina, na abertura da Semana Mundial da Alimentação, que terminou ontem. Eis um alerta dos mais oportunos, reforçado por um estudo recente da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), envolvendo 93 países em desenvolvimento. Ele mostra que grande parte dessas nações já enfrentou e enfrenta problemas de escassez de água e usa suas reservas hídricas a uma velocidade maior que a capacidade de reposição. E afirma que a solução é melhorar a gestão da água a fim de utilizá-la com maior eficiência. O próprio Molina advertiu que temos de ter consciência de que há muito o que se fazer. No entanto, torna-se fundamental a conscientização de que no mundo há suficiente quantidade e qualidade de água para produzir os alimentos necessários para a presente e futuras gerações. Mas desde que façamos o uso dos mananciais existentes com inteligência e conhecimento de causa de que a água é fonte de segurança alimentar. No Brasil, segundo dados do Ministério da Agricultura, 80% da água doce encontram-se na Amazônia e dos 20% restantes dependem 95% da população. Só este detalhe é suficiente para que avancemos com as ações de combate ao desperdício de água, à falta de medidas eficazes reclamadas ao longo de décadas para a preservação dos recursos hídricos, contra as agressões ao meio ambiente. As preocupações em relação a esses problemas que fragilizam a economia e agravam a carência de alimento e água das populações devem ser voltadas, por exemplo, para as regiões como o Nordeste brasileiro. Vários de seus Estados, entre os quais o nosso, apresentam novamente as graves conseqüências dos longos períodos de seca no semi-árido. E continuam dependendo das tradicionais medidas paliativas do poder público. Várias delas já executadas há mais de século. E até quando ninguém sabe.