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Nº 5821
Opinião

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DOM FERNANDO IÓRIO * A missão fundamental da família e da escola não deixa de ser educar. Educar é ajudar a ser. É fazer passar do ventre materno da natureza para o reino da verdade libertadora, para o Reino do espírito. Educar é capacitar o nascimento d

Por | Edição do dia 22/10/2002 - Matéria atualizada em 22/10/2002 às 00h00

DOM FERNANDO IÓRIO * A missão fundamental da família e da escola não deixa de ser educar. Educar é ajudar a ser. É fazer passar do ventre materno da natureza para o reino da verdade libertadora, para o Reino do espírito. Educar é capacitar o nascimento do ser. Gera-se um ser humano não para detê-lo, senão para que possa percorrer seu próprio caminho e construir seu próprio lugar no mundo. Ser verdadeira pessoa de fé, acreditando naquele que é o caminho, a verdade e a vida. Mas como ajudar o outro a ser pessoa? O importante é conduzi-lo no caminho daquela liberdade que não pode ser sinônimo de egoísmo ou de distância do outro, mas de solidariedade e de serviço. Mais do que nunca, a vocação educadora surge, hoje, com mais beleza e, ao mesmo tempo, com mais sombra de incerteza, sobretudo porque nossa sociedade prefere homens-coisa a homens-pessoa, indivíduos consumidores e manipulados a cidadãos no comando de sua liberdade, decididos na escolha dos valores, criando projetos de experiências e esperanças novas. Como educar neste momento de crise nas bases da cultura ocidental? Que valores supremos deverão reger o nosso esforço e à luz de que estrela seremos orientados? Estamos cansados do mesmismo, dos atos repetitivos manipuladores. Vivemos indispostos, cansados e até estressados. Respeitável profissional, cujo trabalho exigia constante leitura, começou a ter dificuldade com a visão. Resolveu consultar experimentado oftalmologista. Após minucioso exame, confidenciou-lhe o profissional da visão: – Os seus olhos estão somente cansados. Necessário se faz descansá-los. – Mas isso é impossível por causa do trabalho que faço – respondeu-lhe. Após alguns momentos, respondeu-lhe o médico: – Existem janelas no seu local de trabalho? – Sim, respondeu ela, com entusiasmo e acrescentou: das janelas da frente consigo ver os picos das montanhas e das janelas laterais posso contemplar as elevações, ao sopé das colinas. O médico concluiu: – É exatamente isso de que você precisa. Quando sentir os atos repetitivos, as mesmas coisas de todos os dias que cansam, olhe para as montanhas, por dez minutos, porque olhar para o alto distante vai descansar seus olhos. Sentimo-nos, por vezes, sobrecarregados pelas dificuldades do mesmismo da vida. Estamos fixando, por demais, o que está próximo, contíguo. Necessitamos de olhar para além, para o alto, para o transcendente, para Deus. Certamente, Ele colocará nossos problemas na perspectiva devida e renovará a energia para vencer o cansaço. Urge levantar os olhos. Aí a missão do educador: olhar para o alto, a partir dos pés. “Elevo os olhos para os montes, canta o Salmista, de onde me virá o socorro. O meu socorro vem do Senhor que fez os Céus e a Terra”. (*) É BISPO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS

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