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Nº 5759
Opinião

Imediatamente

MARCOS DAVI MELO * Confirmando-se as pesquisas dos diversos institutos, neste domingo, após quatro tentativas, Lula estará se elegendo Presidente da República. E por mais que se queira minimizar, este será um fato determinante nos próximos anos neste Paí

Por | Edição do dia 26/10/2002 - Matéria atualizada em 26/10/2002 às 00h00

MARCOS DAVI MELO * Confirmando-se as pesquisas dos diversos institutos, neste domingo, após quatro tentativas, Lula estará se elegendo Presidente da República. E por mais que se queira minimizar, este será um fato determinante nos próximos anos neste País. A provável eleição de Lula estará cercada de expectativas favoráveis e contrárias, tão extremadas quanto resolutas. Configurando-se os números e se definindo o resultado final, serão tão naturais as efusões entre seus partidários e eleitores, quanto imediato o início das conspirações, urdidas nos meios mais inconformados com sua eleição e antagonistas ao seu futuro governo. Em um extremo, os propalados e temidos radicais do partido, prontos a partir com sofreguidão em busca da sua parte do bolo – cuja longa fermentação não o inchou o suficiente para reparti-lo com equanimidade - no outro, resistindo com tudo o que possam disponibilizar, na luz ou na sombra, os inconformados em graus variados. Serão pressões de ambos os lados, fortes o bastante para fraturar alianças que não estejam suficientemente sólidas. Não serão tempos amenos, tampouco por isto, este previsível cenário deverá dissuadir o voto de nenhum de seus eleitores. Experiente e amadurecido o suficiente no embate político, sabe que ganhando esta eleição e falhando, não terá, nem terão outros de semelhante origem, igual oportunidade, nem tão cedo. Vai necessitar contar com o amplo apoio não só dos políticos de sua aliança das personalidades ilustres que o referendam, como da maioria dos seus eleitores e mesmo dos de Serra; cidadãos igualmente conscientes das dificuldades a serem enfrentadas, todavia ansiosa por mudanças seguras e justas, adequadas a seus perfis moderados, definidores desta e de futuras eleições. Assim, o momento seguinte a eleição já será suficientemente repleto de desafios para não dar-lhe tempo para maiores comemorações. Administrar os extremos, para que desta vez não se encontrem, nem causem estragos imediatos, será determinante no futuro de seu governo. Mas não estará sozinho, se somar e aglutinar os moderados, sempre preponderantes em nosso meio, comprometidos com mudanças, mas sem açodamentos e sem queimar etapas, terá as condições para avançar com prudência, segurança e determinação, que possivelmente é o viável dentro da realidade do mundo no qual vivemos. E isto é só o front interno. (*) É MÉDICO

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