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Nº 5822
Opinião

Previs�o astrol�gica

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Por | Edição do dia 30/10/2002 - Matéria atualizada em 30/10/2002 às 00h00

JOSÉ MEDEIROS * Meu irmão, Rui Medeiros, costumava perguntar nas rodas de conversa: vocês acreditam em astrologia, em horoscopia, na leitura das linhas das mãos, em bons fluídos transmitidos pela lua cheia? Geralmente, metade dos presentes respondia que acreditava na ciência oriental dos signos. E havia os que, diariamente, antes de saírem para o trabalho, consultavam as previsões astrológicas. Lembrei-me disso ao relatar um fato recentemente ocorrido. Num dia cheio de compromissos, acordei cedo para concluir o discurso de apresentação da médica escritora Rosiane Rodrigues, que ocorreria à noite, na Academia Maceioense de Letras. Atrasara o “script”, esperando um momento de inspiração. Agora, necessitava concluí-lo, havia outros compromissos para o dia. E, estava apressado, pois, às 9 horas, deveria estar na Ufal a fim de participar da solenidade comemorativa dos 12 anos da Fundação deAmparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal). Enquanto tomo suco com torradas para sair em seguida, passo uma vista de olhos nas notícias dos jornais. No rádio ligado, ouço o horóscopo, descrição do signo que se refere ao meu nascimento. Puxa vida! Previsão de um dia ruim, desfavorável para negócios, viagens, reuniões importantes e decisões; o melhor nesse dia era ficar à parte, deixar passarem as 24 horas zodiacais. Nem liguei para o assunto, segui em frente. Adoto o lema de uma propaganda antiga: “Uma boa estrela em qualquer estrada”. Calor, trânsito congestionado, e, próximo à Ufal, arriou um pneu, o que me fez chegar atrasado à reunião. Embora um pouco ansioso, controlei-me e comentei a história do início da Fapeal, que conheço bem, vez que fui autor da Lei Complementar estadual que a criou e fui seu primeiro presidente. Na volta, novos transtornos: um atropelamento e passeata dos sem-terra. Atrasei-me para o almoço programado com amigos do sul do país. E aí lembrei-me da horoscopia: haveria alguma relação de causa e efeito com os problemas enfrentados? Volto para casa e a prioridade, naquele momento, era o discurso acadêmico que deveria proferir à noite. Necessitava de cópias; resolvi caminhar até à lojinha da máquina de xerox. Entrego os originais e recebo um envelope com o material solicitado. Na volta, uma surpresa: o que recebera não era o discurso e sim uma cópia xerográfica da escritura de um apartamento. Apartamento?! Faço o percurso de volta e peço explicações. A funcionária balançou a cabeça dizendo: “Fiz tudo certo, não sei o que pode ter ocorrido”. E agora, José, perdi o discurso? De súbito, gritos às porta! Entra sala a dentro uma senhora idosa, alvoroçada, cabelos em desalinho, expressão de angústia, falando em voz alta: trouxe a escritura e voltei com um discurso! De que me serve um discurso? Esses desencontros e dissabores pareciam confirmar o prognóstico da manhã. De repente, a outra face da moeda. Recebo uma boa notícia, de há muito esperada, que me causou intensa alegria. E, à noite, na Academia, uma festa de cultura e de arte, de confraternização e de regozijo, na posse de Rosiane Farias. Uma completa reviravolta de expectativa. (*) É MÉDICO E EX-SECRETÁRIO DE SAÚDE E DE EDUCAÇÃO

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