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Parece não ter sido tão legal a repercussão da bufunfa paga à cantora Ivete Sangalo por uma apresentação no Ceará. Não que ela não faça jus até a mais. Merece uma homenagem quem tem forças para cantar. Longe do autor a pretensão de pautar honorários de q
Por | Edição do dia 26/01/2013 - Matéria atualizada em 26/01/2013 às 00h00
Parece não ter sido tão legal a repercussão da bufunfa paga à cantora Ivete Sangalo por uma apresentação no Ceará. Não que ela não faça jus até a mais. Merece uma homenagem quem tem forças para cantar. Longe do autor a pretensão de pautar honorários de quem quer que seja. Sobretudo, quando se sabe que há quem desembolse duzentos mil reais (ou mais!) para ouvir o ex-presidente Lula cometer conferências, talvez detalhar como fazia, nos velhos tempos de sindicalista, para papar tantas viuvinhas, preencher-lhes o vazio da solidão. Ensinamentos, enfim, que devem ter alguma importância. O chato em relação à pernuda cantora é que os seiscentos e cinquenta mil reais foram extraídos dos cofres públicos. Além disso, há quem considere muito espalhafate para a inauguração de um hospital. Mesmo em Sobral, principado dos Gomes (Cid e Ciro). Quem sabe, fosse mais adequado convidar médicos para conferências, adquirir equipamentos, ou alguns mutirões cirúrgicos... O fato é que, apesar dos Gomes da vida, da Sangalo, do Lula e seus asseclas, a saúde no País está uma desgraça. Por sinal, mesma conclusão, divulgada esta semana, de duas personalidades que acabam de assumir as rédeas do setor em Maceió: o secretário João Marcelo e o prefeito Rui Palmeira. O desmantelo é nacional. Em dezembro de 2012, todo mundo tomou conhecimento que um neurocirurgião, no Rio de Janeiro, costumava faltar aos plantões e nenhuma providência foi tomada para substituí-lo. A razão é muito simples: não se encontra ninguém para dar plantões. Em São Paulo, cuja demanda reprimida para exames e cirurgias extrapolam as mais pessimistas previsões, ONGs politicamente corretas e governo estadual trocam farpas sobre o internamento compulsório de usuários de crack. Enquanto dura a estéril retórica, os usuários uma legião de desgraçados continuam ao léu, fazendo de conta que têm vontade própria para dirigir suas vidas da forma que lhes aprouver. Em Alagoas, mais uma vez, prenuncia-se uma greve dos cirurgiões da Emergência. A superlotação do HGE, a recorrente penúria da Maternidade Santa Mônica e a ridícula cobertura do PSF, dentre outras, são feridas incuráveis. Derradeira esperança, o recém-empossado secretário João Marcelo considerou impagável a dívida herdada para com os hospitais. Assando e comendo, humilhados, ainda que não se queira entrar nas reais razões do catastrófico legado, a simples demora nesses pagamentos é a pá de cal nos hospitais.