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Um crime oficial contra v�timas da seca em AL

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Uma das polêmicas da hora tem uma marca igualmente verificada em outras confusões recorrentes. Fala-se de novo da seca, da situação de inúmeros municípios, dos animais que morrem de sede e de fome, das populações perdendo esperança de, um dia, a vida se transformar. A seca é um fenômeno secular, histórico, sempre presente na realidade brasileira, nordestina. Tão previsível quanto é certo que as promessas de governantes não serão cumpridas. Planos mirabolantes, obras gigantescas e projeções absurdas fazem parte desse aspecto fenomenal da geografia brasileira. A cada ano, uma campanha de emergência; em cada época, os anúncios definitivos de solução; e em todo balanço, a constatação resignada de que tudo ficou como era. É claro que as coisas podem piorar. Alagoas, por exemplo, dá sua contribuição para esse drama que poderia ter saído das páginas de Graciliano ou de Dante. Não bastasse a contribuição incontestável ao longo das décadas, os poderosos que governam o Estado desconhecem limites na produção de tristes novidades. A mais absurda dos últimos anos certamente terá seu lugar de destaque entre os piores momentos da relação política-seca: trata-se do ?problema? com uma verba liberada pelo governo federal para ações emergenciais no Sertão alagoano. Ao pedido desesperado do governo do Estado, o Ministério da Integração Nacional viabilizou o envio de R$ 10 milhões. Ocorre que isso foi em meados de 2012. Agora, meses depois, descobre-se que o dinheiro veio, naquela ocasião, mas nunca foi aplicado. Está parado numa conta bancária. Nossas autoridades se dizem impedidas de tocar nos recursos depositados porque há uma barreira burocrática. O entrave ? pelo menos é o que gaguejam o governador, o vice e secretários ? é a falta de um documento, de um registro qualquer, em nome do órgão estadual destinatário desses R$ 10 milhões. E, assim, a seca de 2013 pega fogo, mas uma ajuda que chegou em 2012 foi ignorada. Entre o ridículo e o criminoso, o mundo oficial não para de estarrecer.

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