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Nº 5821
Opinião

Desafios na Sa�de

Ainda durante a campanha, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva lembrou o Brasil passando por mudanças no perfil demográfico e epidemiológico, com o aumento da expectativa de vida, da população idosa. Também das mortes por causas externas, como os

Por | Edição do dia 03/11/2002 - Matéria atualizada em 03/11/2002 às 00h00

Ainda durante a campanha, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva lembrou o Brasil passando por mudanças no perfil demográfico e epidemiológico, com o aumento da expectativa de vida, da população idosa. Também das mortes por causas externas, como os acidentes e a violência. Das doenças transmissíveis, com quadro de persistência, a exemplo da malária e tuberculose; reemergentes (dengue e cólera), emergentes (aids e hantavírus), cardiovasculares, crônico-degenerativas e dos transtornos mentais reconhecidos como um problema de saúde. Há o compromisso de o governo petista, “em defesa de um direito fundamental da pessoa humana”, trabalhar para garantir acesso universal, equânime e integral às ações e serviços de saúde. Assim como as políticas sociais e econômicas que reduzam o risco de adoecimento e promovam a qualidade de vida. E de buscar garantir o direito constitucional da população ao atendimento de suas necessidades Desde a prevenção dessas doenças à assistência nos casos mais complexos. A nação só pode esperar que as decisões neste sentido comecem a ser implementadas, para o enfrentamento dos desafios na saúde e a construção do “Brasil saudável”. Possível, quando forem efetivamente atendidas as necessidades da maioria do povo. Principalmente de seus habitantes mais carentes, como os 29,3% da população que, como mostra recente pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), tem renda inferior a R$ 80 per capita, o que deixa 50 milhões de pessoas na condição de miseráveis. São crianças, jovens, adultos e idosos espalhados por todas as regiões do País, que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) para chegar até ao médico, conseguir um simples exame, o remédio, por mais barato que seja, ou uma cirurgia. Apesar dos avanços consideráveis no setor, especialmente, a partir das últimas duas décadas, com a Constituição Federal e a Lei Orgânica da Saúde, persiste uma série de distorções comprometendo o próprio SUS, cujo aperfeiçoamento é imprescindível. De há muito. As decisões para isso devem ser acompanhadas da vontade política suficiente para melhorar a qualidade dos serviços públicos e acabar com os problemas relacionados aos tetos financeiros e as desigualdades entre regiões, alimentadas na distribuição dos recursos do SUS pela União que ainda contempla com montantes menores os estados e municípios mais pobres e tradicionalmente mais discriminados pelo poder central.

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