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Nº 5821
Opinião

Mazelas sociais

Há cinco anos, a Prefeitura de Maceió, em um estudo preliminar dos problemas do município da Capital, a fim de formular as estratégias necessárias para solucioná-los, já identificava o alto nível de exclusão social em todo o Estado como principal desafio,

Por | Edição do dia 07/11/2002 - Matéria atualizada em 07/11/2002 às 00h00

Há cinco anos, a Prefeitura de Maceió, em um estudo preliminar dos problemas do município da Capital, a fim de formular as estratégias necessárias para solucioná-los, já identificava o alto nível de exclusão social em todo o Estado como principal desafio, que persiste. Como também as suas causas: concentração de renda em vários setores e políticas públicas ineficazes. De lá para cá, têm sido notadas poucas alterações no quadro que já se encontrava em processo de agravamento, refletindo num baixíssimo índice de desenvolvimento humano (IDH) da população alagoana, então o segundo pior do País. No rol das conseqüências mais preocupantes desse conjunto de fatores se sobressaíam o aumento da criminalidade, o avanço da favelização em condições subumanas com a migração crescente do interior para a principal cidade do Estado, os problemas de saúde, acentuados pela escassa oferta de serviços essenciais, a exemplo do saneamento básico, no mesmo ritmo em que decresciam ou pioravam os resultados de algumas das mais importantes atividades econômicas, a renda per capita e sua distribuição, os índices de escolaridade, etc. Segundo ainda o estudo, Alagoas chegou a registrar, na década de 70, um crescimento médio anual de 9,06% do Produto Interno Bruto (PIB) superior às taxas do Brasil e do Nordeste – 8,61% e 8,71%, respectivamente, e Maceió viu a sua economia expandir-se a taxas anuais de 11,37%. Mesmo nos anos 80, a chamada “década perdida”, o Estado apresentou um desempenho melhor que a região Nordeste e o País – 5,23% ao ano. E na década de 90 teve um crescimento próximo de zero. Mesmo assim, além de um parque industrial expressivo, com as indústrias sucroalcoleiras e química passando por um processo de modernização, passando de 6,7% do número de hotéis do Nordeste em 80 para 10,7% em, 94, superando os Estados de Sergipe, Paraíba, Rio grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. E no Aeroporto de Maceió já desembarcavam mais passageiros que nos de Aracaju, João Pessoa, Natal, Fortaleza, Teresina e São Luiz. Apesar dessa performance, 28,9% das famílias em Maceió eram indigentes. O número já correspondia a quase 50 mil famílias ou um quarto do total de famílias indigentes da cidade de São Paulo. E continuamos necessitando de decisões urgentes nas três esferas de governo para modificar toda essa realidade, e evitar que cresçam os números que indicam Maceió entre as capitais brasileiras com maiores índices de exclusão e violência e eliminar os problemas que levaram o Estado a ter hoje mais da metade de sua população entre os indigentes do mundo.

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