O grande circo �ndio no Brasil

Em mais um espetáculo midiático baseado na simples e pura força bruta, o plenário da Câmara foi invadido por um grupo heterogêneo formado por alguns índios autênticos e muitos ativistas profissionais, inclusive uma candidata à Presidência. No meio da balbúrdia, não foi difícil decifrar-se o mote da invasão graças à eficiente ação das assessorias de imprensa dos invasores, que prontamente informaram aos colegas da mídia o que os deputados levaram longos minutos para entender algo em meio à pândega coroada por cocares. Os selvícolas protestavam contra um projeto que propõe a participação do Congresso Nacional nos processos de demarcação das chamadas ?reservas indígenas?. Agora, sim, a coisa fica clara. A demarcação das ?terras indígenas? virou fonte de alguns debates acalorados e grandes armações envolvendo valores tão extraordinários quanto as impressionantes áreas disponibilizadas para tribos automaticamente promovidas a ?nações?. O que deveria ser uma conquista democrática e cidadã transformou-se num gigantesco negócio internacional manipulado por ONGs de alto calibre. As lideranças tribais foram peadas com ferocidade tão grande quando a usada pelos caçadores de índios dos tempos das Entradas e Bandeiras, só que os líderes capturados passaram a ser amarrados com muita lábia e vantagens pessoais dentre as quais se destaca a elevação ao patamar de celebridades instantâneas. Os índios brasileiros têm muito do que protestar ? isto é indiscutível. As opiniões deles sobre quaisquer assuntos devem ser levadas em consideração, até porque é indispensável distinguir as visões autênticas de cada comunidade indígena daquilo que seus ?tutores? direcionam. E tutor é o que não falta aos índios brasileiros. Está em jogo, desde sempre, o poder e a propriedade nacional efetiva sobre imensas extensões territoriais. E o Brasil está perdendo este jogo, especialmente quando algumas das mais expressivas forças políticas brasileiras capitulam frente aos grandes interesses internacionais que buscam impor ao país procedimentos e concepções inaceitáveis em seus países de origem.