app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5900
Opinião

� hora

EDUARDO BOMFIM * O mundo mudou, rodopiou, deu saltos e cambalhotas. Mudaram os hábitos, surgiram novos fatos. Novas aparências e interiores dos homens e mulheres, das casas e construções de todas as formas. Alteraram-se os conceitos, derrubaram precon

Por | Edição do dia 08/11/2002 - Matéria atualizada em 08/11/2002 às 00h00

EDUARDO BOMFIM * O mundo mudou, rodopiou, deu saltos e cambalhotas. Mudaram os hábitos, surgiram novos fatos. Novas aparências e interiores dos homens e mulheres, das casas e construções de todas as formas. Alteraram-se os conceitos, derrubaram preconceitos, emergindo assim, novas opiniões e novas aversões. Quase nada sobrou intacto. Exceção à igreja católica, que mesmo assim promoveu reformas, reviu atitudes e posições de outros tempos. No entanto, apareceram dezenas de novos cultos e seitas, nesta vasta região conhecida com civilização ocidental. Escuso-me de falar sobre outros universos culturais como o oriental ou asiático. Lula foi eleito presidente da República, gerando a maior expectativa dos últimos tempos sobre o futuro governo, entre as amplas massas do povo brasileiro. Dos geraldinos aos arquibaldos, provocando receio em algumas das cadeiras cativas. Isto sem comentar as declarações temerosas, arrogantes, surrealistas mesmo, dos representantes do grande império do Norte. Uma coisa é certa, o futuro presidente herdou uma empreitada áspera. Mas ele próprio afirmou não temer abacaxi porque desde criança, retirante nordestino, aprendeu a descascar a fruta. Em verdade, a nação também é parte integrante deste espólio da era neoliberal, introduzindo no País durante os oito anos do governo Fernando Henrique. Somos todos ou melhor, a maioria da sociedade, vítimas deste período. Desta farra delirante do mercado em proveito de uma ínfima minoria. O eminente professor Celso Furtado acaba de lançar “Em busca de um novo modelo”, súmula das idéias centrais de sua obra teórica, segundo seus editores. Em determinado trecho do seu livro ele afirma: ‘Com efeito, se prosseguirmos no caminho que estamos trilhando... significa regredir ao estatuto semicolonial. Buscando a saída fácil do crescente endividamento externo e do setor público interno, o Passivo Brasil inchará em um decênio de forma a absorver a totalidade da riqueza que acumulamos desde a proclamação da independência”. Não por coincidência outro cientista social, José Luís Fiori, declarou no último número da revista Carta Capital: “Não é sensato pensar que a história e as fórmulas possam ser repetidas. Mas não é nenhum anacronismo retomar velhos objetivos frustrados e reprimidos através da história para reencontrar seus novos caminhos”. Seja lá qual for o itinerário que o País adotar nos tempos atuais, só existem duas saídas. Ou o velho liberalismo com as suas roupagens modernas, como fez FHC, ou a retomada do crescimento econômico, distribuindo a renda brutalmente concentrada, combinando com indeclinável soberania nacional. Portanto, como disse Fernando Pessoa,... é hora. (*) É ADVOGADO

Mais matérias
desta edição