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Nº 5759
Opinião

O TEMPO N�O PARA!

Foi uma pessoa de estatura mediana, de voz grossa e pausada, educada no trato, deveras observador, só falava o que devia ser dito e quando necessário. Meu pai foi um verdadeiro estadista, quer na política, quer na gestão pública. Não afirmo que foi um már

Por | Edição do dia 27/04/2013 - Matéria atualizada em 27/04/2013 às 00h00

Foi uma pessoa de estatura mediana, de voz grossa e pausada, educada no trato, deveras observador, só falava o que devia ser dito e quando necessário. Meu pai foi um verdadeiro estadista, quer na política, quer na gestão pública. Não afirmo que foi um mártir, seria um exagero de minha parte, mas digo que foi um obstinado e dedicado na vida pública, doando-se de corpo e alma às causas do povo e do Estado de Alagoas. Diz Mário Quintana que “O tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo”. É verdade, o poeta está correto. É tão verdadeira sua assertiva, que neste instante estou tentando parar o danado do tempo, pois me sinto tomado pela tal da saudade. Sim, saudade do meu saudoso e querido pai: José de Medeiros Tavares. E controlando a emoção, volto ao tempo passado, para relembrar e comungar, com os meus familiares, amigos e o povo alagoano, a pessoa inesquecível que foi. Pois é, foi exatamente na data de 27 de abril de 2003, que José Tavares, como era mais conhecido, saiu deste mundo, para viver junto ao Criador de tudo e de todos, o nosso Grande Arquiteto do Universo, deixando um legado de virtudes e exemplos. Quando em vida, foi advogado, político, empresário e agropecuarista; foi plantador de cana destacado, tanto em nível local como nacionalmente; exerceu várias atividades na vida pública e privada; foi oficial de gabinete do governador Arnon de Mello, e secretário de Educação e Cultura, no governo de Muniz Falcão; foi deputado estadual por quatro mandatos, quando presidiu a Assembleia Legislativa, em duas legislaturas; foi vive-governador por duas oportunidades, em 1970, no governo de Afrânio Lages, e em 1982, com Divaldo Suruagy; finalmente foi governador do Estado de Alagoas, no período de 1986 a 1987. No seu período governamental, foi editada a Emenda Constitucional nº 22, em 20 de junho de 1986, que beneficiou centenas de funcionários públicos alagoanos, assegurando-lhes estabilidade no serviço público. Ainda nos brinda Mário Quintana com a sentença: “A arte de viver é simplesmente a arte de conviver…”. Simplesmente, disse eu? Mas como é difícil! Realmente o simples viver não é tão trabalhoso, mas o conviver é que é penoso e precisa de muita habilidade. Na verdade, não se convive sem arte, sem habilidade. Quem conheceu meu pai e com ele conviveu, pode dizer que foi uma pessoa de fácil convivência, além de sincera e amiga. Muita coisa aprendi na convivência com meu inesquecível pai, José Tavares, que ajudou na formação do meu caráter. Relembro, por exemplo, quando ele falava e repetia que a grandeza de um homem estava no reconhecimento. E em outras ocasiões, dizia sempre, que a vida pública não tem memória. Tenha plena convicção, meu querido pai, José de Medeiros Tavares ou José Tavares, que sua esposa, seus filhos, genros, noras, netos e bisnetos nunca esqueceram ou esquecerão a pessoa que o senhor foi em vida e que ficou marcada na memória de cada um de nós. Tanto é verdadeira a afirmação, que passados dez anos (27/04/2013), estamos todos juntos, ainda, com muita saudade, relembrando a sua pessoa e a sua vida, pois o tempo não para.

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