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Nº 5759
Opinião

O FILHO DO BISPO � GAY. E DA�?

Uma centena de sites saiu atirando por todos os lados especulando uma confissão atribuída a um dos filhos do mais poderoso bispo evangélico, Edir Macedo, confessando-se gay. Tá, e daí? Que diferença faz se o broto nasceu com essa tendência, amadureceu e d

Por | Edição do dia 07/05/2013 - Matéria atualizada em 07/05/2013 às 00h00

Uma centena de sites saiu atirando por todos os lados especulando uma confissão atribuída a um dos filhos do mais poderoso bispo evangélico, Edir Macedo, confessando-se gay. Tá, e daí? Que diferença faz se o broto nasceu com essa tendência, amadureceu e de repente revelou-se assumindo definitivamente a sua orientação sexual? Não vejo nada que justifique exageros e necessidade de escândalos midiáticos nem motivos para transformar a declaração num acontecimento incomum. A opção sexual do jovem Moisés Macedo, se é verdade, é um problema dele e ninguém tem o direito de ficar jogando chacotas contra o seu pai apenas por se tratar de um religioso, milionário, famoso e pessoa que outrora considerou o homossexualismo como uma expressão satânica. Creio que nenhum pai gostaria de ter um filho ou filha homossexual. No meu modesto entendimento de enxergar as coisas, foge aos conceitos e padrões na ótica exigente e moralista do ser humano. Mas é uma realidade que não escolhe nome, sobrenome, condição religiosa ou social, nem família para brotar a semente. Mesmo com tantas lições que a vida nos ensina todos os dias, com a sequência de tropeços que cometemos a cada novo passo em busca da perfeição, acabamos esquecendo que somos humanos e devemos respeitar uns aos outros. Se a cor preferida é de um arco-íris, tudo bem é bonita como todas as cores que dão vida ao universo. Os tempos mudaram, a vida é vivida agora de forma muito diferente de antes, é um processo de mutação constante, dinâmico. Essa turbulência preconceituosa atravessa milênios não apenas com relação à homossexualidade, mas principalmente contra a mulher. Basta lembrarmo-nos da opressão a que são submetidas as muçulmanas. O harém e o véu já são suficientes para determinar a submissão ao homem. As doces e encantadoras mulheres em todas as culturas sempre foram tratadas com submissão. Não é por acaso que surgiu no Brasil a Lei Maria da Penha. Cá entre nós, a preservação da virgindade antes do casamento, o desquite, a mulher separada, o trauma para se aceitar o divórcio... Nada dessa evolução dos tempos aconteceu sem dor e sofrimento da alma. Segundo muitos autores, a prática da sodomia existiu em todas as sociedades e épocas, e era, sob diversas formas, aceita ou rejeitada, como parte dos costumes e hábitos sociais dessas comunidades. A união homoafetiva, aprovada por unanimidade pelo STF, vista ainda por muitos com desdém, daqui a algum tempo será totalmente aceita pela sociedade. Portanto, deixemos o Moisés e outros milhares de brasileiros seguirem sua orientação sexual como lhes convém.

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