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Nº 5759
Opinião

Crimes em nome das religi�es

Infelizmente, mais um religioso é detido acusado de crimes sexuais. Desta vez, a acusação recai sobre um pastor, fundador e líder maior da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. As denúncias conformam um quadro escabroso onde orgias e estupros se sucedem de

Por | Edição do dia 10/05/2013 - Matéria atualizada em 10/05/2013 às 00h00

Infelizmente, mais um religioso é detido acusado de crimes sexuais. Desta vez, a acusação recai sobre um pastor, fundador e líder maior da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. As denúncias conformam um quadro escabroso onde orgias e estupros se sucedem de forma impressionante. Trinta testemunhas já foram ouvidas pela polícia e já são citadas 20 mulheres como vítimas do pastor Marcos. Naturalmente, todo pré-julgamento é ação açodada e incorreta, ja que todo e qualquer acusado ser destinado direito da mais ampla defesa e apenas à Justiça cabe o veredito, depois de vencidas todas as etapas do processo. Mas comentar não é julgar. Analisar as notícias é essencial, posto ser o debate, o estudo das hipóteses, um elemento de crescimento coletivo. Desse caso envolvendo o pastor fundador de uma igreja, muitas reflexões precisam ser exercitadas já. Uma delas diz respeito à proliferação de igrejas e seitas; tantas são, que parece ser cada dia mais difícil localizar uma denominação original. Esta mesma, cujo líder está detido, simplesmente misturou dois nomes de igrejas conceituadas e com longa história: Assembleia de Deus + (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos) Últimos Dias. Simples assim? Outra reflexão que emana desse caso indica o equívoco de muitos ao atribuírem a existência de problemas comportamentais e crimes sexuais apenas contra uma igreja. Em verdade, esses são problemas humanos factíveis de manifestação em qualquer grupo social, inclusive entre religiosos (das mais diversas teologias). Uma das denúncias aponta para a nauseabunda tese da “cura gay” ao descrever o pastor acusado justificando o estupro sob a máxima de que estaria vendo na vítima “um espírito de lésbica”! Essa ocorrência dantesca – cujas informações, recolhidas pela polícia em competente inquérito, estão a chocar os brasileiros – comprova que não pode existir imunidades perante a lei, assim como não existem grupos de seres humanos onde todos os seus membros estejam acima de quaisquer suspeitas, e/ou muito menos, tenham procuração divina.

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