PERIGOS � SOLTA NO MEIO DA RUA
Toda e qualquer morte trágica de inocentes causa justa comoção. Em todo o Brasil, nos últimos anos, muito cresceram as tragédias fatais causadas por balas perdidas, mormente ocorrências ligadas a tiroteios entre bandidos e policiais. A grande preocupaçã
Por | Edição do dia 12/05/2013 - Matéria atualizada em 12/05/2013 às 00h00
Toda e qualquer morte trágica de inocentes causa justa comoção. Em todo o Brasil, nos últimos anos, muito cresceram as tragédias fatais causadas por balas perdidas, mormente ocorrências ligadas a tiroteios entre bandidos e policiais. A grande preocupação nesses casos é que a tendência é o crescimento desses confrontos. O aumento do número de embates entre policiais e bandidos é consequência natural da própria reação ao crescimento exponencial dos crimes cometidos à mão armada. E reagir ou não reagir não é a questão, pois o enfrentamento direto é indispensável e incontornável. Esse desafio só poderá ser respondido responsavelmente com o aprofundamento da preparação dos policiais em todos os níveis. Esta preparação diz respeito, em primeiro lugar, a um permanente esforço de capacitação do policial para responder adequadamente à necessidade de ser travada a guerra contra o banditismo. E mais, é base elementar, antes mesmo do treinamento de tiro ao alvo, a devida valorização profissional, salarial, do agente seja da polícia civil, seja da polícia militar, seja das guardas municipais. Os governos precisam se dar conta que estamos em guerra. Declarada pelos bandidos, que até agora estão com a vantagem da iniciativa. A bandidagem está na ofensiva, avançando sem grandes obstáculos, há tempos. A missão do Estado é contra-atacar, mas tudo indica que, quando tenta uma reação, nem sempre o faz de forma capacitada, apesar da inegável coragem e boa vontade dos policiais que se arriscam na troca de tiros com quadrilheiros muito melhor armados e dispostos a tudo. A morte do garoto Rafael da Silva, tombado aos 13 anos, em Taquarana, por uma bala perdida, que pode ter sido disparada por bandidos ou por policiais, é emblemática desta triste realidade: a população, indefesa, corre risco de morte pela ação dos marginais e pela reação da polícia. Como o povo não pode viver em bunkers, nem se pode apelar aos criminosos que ajam desarmados, resta cobrar das autoridades a devida formação a quem é (mal) pago e (mal) armado para reagir em nome da sociedade.