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Nº 5822
Opinião

...E o flagelo continua

É cada vez mais crítica a situação em boa parte do Nordeste em conseqüência da falta de chuvas e das providências do poder público, a partir do governo federal. A julgar pelas informações da imprensa em níveis nacional e regional, o quadro só tende a pior

Por | Edição do dia 19/11/2002 - Matéria atualizada em 19/11/2002 às 00h00

É cada vez mais crítica a situação em boa parte do Nordeste em conseqüência da falta de chuvas e das providências do poder público, a partir do governo federal. A julgar pelas informações da imprensa em níveis nacional e regional, o quadro só tende a piorar. Em uma das reportagens que publicamos no último domingo, por exemplo, informamos que nas áreas do Sertão, Agreste e até na região do São Francisco de nosso Estado, onde já existem mais de 20 municípios em situação de emergência, os donos de carros-pipa ameaçam suspender o abastecimento aos povoados devido ao atraso no pagamento pelas prefeituras. As prefeituras têm arcado com as despesas para a manutenção do fornecimento da água às comunidades mais atingidas pela seca e já afirmam que não dispõem de dinheiro para esse programa de emergência. Mais uma vez, as populações mais carentes das localidades do semi-árido nordestino voltam a ser penalizadas pela ausência de ações decisivas que mais dependem da União. Inclusive em relação às medidas meramente paliativas, como o repasse das verbas para a contratação de carros-pipa e o programa Bolsa-Renda, reduzido agora à metade em comparação com os anos anteriores. Nos primeiros dias deste mês, a Folha de São Paulo trouxe ampla matéria mostrando que o novo período de longa estiagem já atinge mais de 600 municípios no País. Todos em situação de emergência. Só no Ceará são mais de 60. E uma das realidades mais dramáticas é vivida no município de Quixadá. Principalmente pelos moradores que, há cerca de quatro meses, começaram a providenciar a construção de cisternas para acumular água das chuvas. Pelo menos até então, os buracos continuam abertos à espera da verba federal, financiada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e atrasada desde abril, segundo a Articulação do Semi-Árido (ASA), a organização não-governamental responsável pelo projeto das cisternas. A parcela em atraso é de R$ 1,4 milhão para 2.100 cisternas no Nordeste e no Norte de Minas dentro do Projeto Um Milhão de Cisternas (PIMC). Resta torcer para que casos como estes não mais ocorram no futuro governo que tem o Fome Zero e outras prioridades para a área social como principais projetos.

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