ISTO � A FELICIDADE
Escuto repetidas vezes de um amigo em seus momentos eufóricos a expressão falada de peito aberto: isso é a felicidade!. Seu entusiasmo me leva à reflexão para entender o que é ser feliz ou estar feliz. Volto no tempo e recordo coisas que marcaram a minh
Por | Edição do dia 05/11/2013 - Matéria atualizada em 05/11/2013 às 00h00
Escuto repetidas vezes de um amigo em seus momentos eufóricos a expressão falada de peito aberto: isso é a felicidade!. Seu entusiasmo me leva à reflexão para entender o que é ser feliz ou estar feliz. Volto no tempo e recordo coisas que marcaram a minha vida e com certeza a vida de muitos. Principalmente na infância e na adolescência, e daí surgem aqueles questionamentos inevitáveis. A felicidade já não nasce incorporada a nossa alma, nos acompanhando desde o berço quando nascemos? Mas se assim o fosse, quem já vem ao mundo repleto de felicidade nunca ficaria triste, não teria momentos de melancolia. Ramón Bautista Ortega nasceu numa família pobre na Argentina ao ponto de ajudar o pai no trabalho, aos cinco anos de idade, para o sustento da casa. Depois de uma longa história de vida, já adulto, virou cantor, compositor, diretor de cinema e seu nome artístico passou a ser Palito Ortega. Poucos se lembram deste nome, claro, mas com certeza da canção escrita por ele cantada com tanto sucesso pela banda Os Incríveis, ninguém esquece o refrão: Isso é a felicidade, sem ter amor nessa vida, não há quem seja feliz de verdade. Parece tão verdadeira a poesia do Palito Ortega que ainda hoje as pessoas reunidas em confraternização nos momentos de intensa alegria a interpretam com grande emoção. Não seria o amor o principal alimento para alcançar a felicidade plena? Para o estudioso da felicidade, há mais de duas décadas, Daniel Gilbert, professor de psicologia da Universidade Havard, a felicidade não é uma sensação eterna, é um estado de êxtase, daqueles que se atingem nos momentos de extremo prazer. Filósofos, psicólogos, religiões abordam a questão ao ponto da Universidade de Oxford criar um questionário para medir, por instrumentos, o nível de felicidade das pessoas. Para isso, fatores físicos e psicológicos, renda, idade, opção religiosa, política, saúde, vida amorosa, tudo conta. O poetinha Vinicius de Moraes foi mais simples para definir o tema: A felicidade é uma pluma que o vento vai levando pelo ar. Voa tão leve, mas tem vida breve. Compreendo a felicidade como a própria expressão do amor. Amor à família, aos amigos, ao trabalho. Amor a si próprio, amar a vida. Quando não há sofrimento, fome, desamor, a felicidade existe.