app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5798
Opinião

Desfecho esperado e esperan�a futura

Enfim, com a decretação da prisão do ex-todo poderoso José Dirceu, o desfecho da Ação Penal 470 alcança o seu clímax em sintonia com a pressão exercida pela chamada “grande mídia” irradiante do eixo São Paulo/Rio. Os demais condenados, vários também agora

Por | Edição do dia 17/11/2013 - Matéria atualizada em 17/11/2013 às 00h00

Enfim, com a decretação da prisão do ex-todo poderoso José Dirceu, o desfecho da Ação Penal 470 alcança o seu clímax em sintonia com a pressão exercida pela chamada “grande mídia” irradiante do eixo São Paulo/Rio. Os demais condenados, vários também agora com suas prisões decretadas, o estão sendo como atores coadjuvantes, porém vários destes alcançados por penas bem maiores que o ex-ministro-chefe da Casa Civil. As penalidades maiores para os personagens menores (em termos políticos e midiáticos) se explica pelo desenho da peça jurídica construída para assegurar a inclusão do principal personagem. Afinal, por não terem sido arroladas provas efetivas contra o principal alvo, Dirceu, a tessitura dos elementos processuais teve de ser assestada juridicamente contra os demais elos da corrente que alimentava o caixa dois do PT e seus aliados. Processo esse incorretamente batizado pela mídia como “Mensalão”, posto, a que se saiba, tal fato só aconteceu uma vez, no ano de 1997, quando para honrar valores remuneratórios demasiados altos para cada sufrágio adquirido à aprovação da mudança constitucional em benefício da reeleição de FHC, o montante foi parcelado em pagamentos mensais. Era algo muito além do caixa dois. O esquema produziu um inevitável escândalo em sua época, mas foi rapidamente abafado com o sacrifício de uns poucos mandatos de bodes expiatórios. FHC e seus mensaleiros-chefes foram poupados. E não se falou mais nisso. Até que, meia dúzia de anos depois, o deputado Roberto Jefferson resolveu detonar o então poderoso ministro-chefe da Casa Civil do (primeiro) governo Lula, apelidando a denúncia do caixa dois como “mensalão do PT”. O resto da história, todo mundo sabe. O resultado é justo para com a empáfia e a falsidade de quem se julga acima dos demais, embora pratique as mesmas maracutaias. Será injusto, porém, se se circunscrever aos “mensaleiros petistas e seus aliados”, pois se sabe que o caixa dois é um mal recorrente e ainda não atingido em sua amplitude. Isso sem falar no mensalão original, o da reeleição de FHC – este já faz parte da história da impunidade brasileira, mas espera-se que isto seja passado. Será mesmo?

Mais matérias
desta edição