Se os condenados ficarão na cadeia, ninguém tem certeza e muitos duvidam. Eu também. Mas, uma coisa é certa: os mensaleiros estão condenados, uma página inédita na história da Justiça brasileira. Foram precisos mais de quinhentos anos para que os pequenos batedores de carteira nas feiras do rato e ladrões de galinha, não apenas eles fossem rigorosamente punidos pelos malfeitos cometidos. O mundo conhece o Brasil como o país da impunidade, onde preconceituosamente só pretos e pobres vão para trás das grades. Coincidentemente, um preto honrado, o ministro Joaquim Barbosa, foi ele o timoneiro que conduziu essa nave enfrentando a pior de todas as intempéries. Apesar dos seus momentos, às vezes arrogante, às vezes excessivamente radical, venceu pressões, ameaças de todos os tipos. Encarou com olhar de dignidade a indignação de alguns dos seus pares que, em discussões acaloradas, espumavam ira e ódio ao perceberem que o juiz presidente transpirava o desejo da maioria do povo brasileiro. Condenar os protagonistas do escândalo, talvez o maior da história da política nacional. Uma máfia que utilizou recursos muito além do que dispunha a Cosa Nostra em sua época. O dinheiro do roubo era guardado a sete chaves em cofres de bancos aliados do esquema. Protegidos por essas poderosas instituições financeiras, ratos e ratazanas construíram patrimônio milionário dinamitando os cofres públicos, surripiando milhões de dinheiro. O PT é uma traição à sociedade brasileira. Ressalte-se que tudo isso aconteceu, claro, sem o “conhecimento do comandante”, o mafioso chefe. Ele que mandou espionar jornalistas e empresas de comunicação utilizando serviços de inteligência da Abin e tentou por todos os meios, camufladamente, cercear a liberdade de expressão da imprensa. Assim como os irmãos Castro em Cuba, cuja ditadura é financiada há tempos pelo governo brasileiro com empréstimos milionários e agora com o programa Mais Médicos; aliança incondicional com o finado Hugo Chávez, hoje encarnado no ridículo Nicolás Maduro, na Venezuela; a tresloucada Cristina Kirchner que, obsessivamente, persegue os órgãos de comunicação do seu país, modelo dos sonhos dos cardeais petistas. Que a decisão do Supremo Tribunal Federal pelo menos coloque em alerta os corruptos de carteirinha.