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Li��es da hist�ria da sa�de p�blica

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Saudades do Oswaldo Cruz! Nomeado em 1903 como diretor-geral da Saúde Pública, botou para quebrar em cima do Aedes aegypti com batalhões de mata-mosquitos que varreram, inicialmente, a então capital federal, o Rio de Janeiro, completamente infestada naqueles idos pelo inseto transmissor da dengue e da febre amarela. Pela letalidade, esta era mais temida que aquela. Associando a eliminação dos focos transmissores com a vacinação da população, a política sanitária de Oswaldo Cruz deu certo, e em seu tempo e por muito tempo mais as moléstias transmitidas pelo mosquito da dengue sumiram do mapa. Para a felicidade geral da Nação, a febre amarela segue esmagada. Mas a velha dengue retornou depois de muitas décadas e, apoiada por incontáveis esquadrilhas de Aedes aegypti, reinstalou-se no Brasil. E em Alagoas. Convém lembrar que o fator determinante para a grande vitória da saúde pública há mais de um século foi a fusão entre ciência e decisão política. Sem essa junção, a febre amarela teria causado prejuízos imensamente maiores e se tornado um flagelo de proporções catastróficas para o Brasil e, por tabela, para o mundo. Oswaldo Cruz sintetizou o saber médico com a vontade política. Além de lançar mão das mais avançadas descobertas de seu tempo, a diretoria de saúde pública não vacilou em enfrentar as gigantescas manifestações de ignorância e preconceito que transformaram o Rio de Janeiro em campo de combate entre os que repudiavam as medidas sanitárias (particularmente, temiam a vacina obrigatória) e os que defendiam a aplicação rigorosa do plano de erradicação das doenças e de seus vetores. A rebelião está registrada nos livros de história, assim como a determinação governamental de executar o projeto, mesmo que com a desbragada utilização da força (bruta) policial em resposta às violências sofridas pelos agentes da saúde pública em suas ações de vacinação e eliminação dos focos do mosquito localizados (também) em áreas privadas. Há 110 anos, funcionou. Com sacrifício e coragem das autoridades. Hoje, a ciência médica, a tecnologia, a educação, a cidadania em muito avançaram, distanciando-se da lamentável realidade de 1903. Mas a vontade política parece que regrediu.

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