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Nº 5759
Opinião

SE CORRER O BICHO PEGA, SE FICAR...

É nessa sinuca de bico em que se encontra o principal “partido” de oposição do País: a chamada grande imprensa. Explico. Quando da tragédia de que foi vítima o então candidato à presidência da República, Eduardo Campos, percebeu-se na grande mídia, às es

Por | Edição do dia 27/08/2014 - Matéria atualizada em 27/08/2014 às 00h00

É nessa sinuca de bico em que se encontra o principal “partido” de oposição do País: a chamada grande imprensa. Explico. Quando da tragédia de que foi vítima o então candidato à presidência da República, Eduardo Campos, percebeu-se na grande mídia, às escâncaras, um incontido rebuliço no sentido, de um lado, de sondar o mais rapidamente possível a tendência do eleitorado na hipótese de Marina Silva ser alçada pelo PSB à candidata do partido no lugar de EC (no dia seguinte ao desastre aéreo, o jornal Folha de São Paulo já estava nas ruas realizando pesquisa para esse fim) e se esta também seria a sua vontade (à época presumida, mas não confirmada), enquanto, de outro, mais do que torcida, uma indisfarçável pressão sobre o próprio PSB, além de incontestável tentativa de cooptação popular em favor da então candidata a vice-presidente, fundada na exploração da emoção e, mesmo, comoção que se seguiu ao triste ocorrido (não se olvide que a comoção que se viu também ela foi propositadamente turbinada pela própria cobertura midiática deflagrada imediatamente após confirmada a presença de EC no avião). Ocorre, porém, que MS não passa de instrumento caído no colo da grande mídia para levar a disputa eleitoral para o segundo turno. Aposta-se nela para ajudar a tirar do poder o PT e seus aliados (não se enganem, porém: não a querem, tampouco). Alcançado o primeiro dos objetivos, Marina alçada candidata (ainda que enfiada goela abaixo de alguns quadros tradicionais e históricos do PSB, do que é seu maior exemplo o coordenador-geral da campanha de EC, Carlos Siqueira, de quem ele, doravante, “queria distância” e que “fosse mandar na Rede dela”), robustecido pela inédita pesquisa eleitoral a prever a ocorrência de 2º turno entre Dilma e a própria Marina (ainda que realizada sob comoção, espontânea e nem tanto), viram-se os grandes grupos midiáticos entre a cruz e a espada com o perdão pelos diversos chavões: de um lado, precisam continuar municiando o cacife eleitoral da candidata; de outro, devem desconstruí-la, porque não podem correr o risco de que no eventual e desejado 2º turno seu candidato, Aécio Neves, fique de fora. O lado bom de tudo isso: a Marina de agora será bem diferente daquela de 2010. É que agora o eleitorado poderá conhecê-la e as suas já inescondíveis contradições. Pesquisas eleitorais não me seduzem; tampouco as desprezo. Escrevo na véspera de divulgação de uma. Veremos o que prognostica.

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