Opinião
Vias do abandono

Em pesquisa realizada pelo Gape e publicada na edição de domingo da Gazeta de Alagoas está comprovado que a população alagoana está atenta aos problemas do trânsito na Capital e consciente das responsabilidades sobre esse quadro lamentável. A reprovação à municipalização do trânsito é uma clara identificação das responsabilidades do poder público na gestão de uma grande, porém simples, responsabilidade: coordenar o tráfego de veículos (e pedestres) em Maceió. É inegável o crescimento dos problemas do trânsito em Maceió. Igualmente não se pode afirmar que sejam visíveis iniciativas dos poderes públicos para implementação de soluções futuras ? porque no presente as coisas estão explicitamente caóticas e entregues à própria sorte. O que poderia ser uma tentativa bem-intencionada, o viaduto do Poço converteu-se num elefante branco e inacabado, se arrasta ao longo do tempo, como se um eterno sinal vermelho tivessem lhe acendido bem à frente, impedindo seu andar. Inaproveitado, o gigante inútil empurra sempre para adiante a dúvida se, quando estiver em funcionamento, vai servir para algo além de conduzir veículos de um engarrafamento (na boca da ladeira da antiga rodoviária) para outro (no cruzamento da Rua do Imperador com a Barão de Atalaia). Esse monumento à indefinição é um símbolo da atual incapacidade pública de se lidar eficientemente com a questão do trânsito em Maceió. A inapetência e o descaso para com os problemas do tráfego de veículos e pedestres na Capital alagoana estão ainda mais evidentes nas ?menores? demandas, como a pintura das faixas de pedestres, na limpeza e ordenação das calçadas, na eliminação dos buracos, na desatenção com a sinalização em geral, na ausência de semáforos em pontos críticos. Na verdade, uma única coisa funciona a todo vapor na gestão do trânsito em Maceió: os equipamentos eletrônicos de multa. Não dão grande auxílio a motoristas ou pedestres, mas são fábricas de multas a proliferar pela cidade, sem apelação.