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Nº 2
Opinião

Um jovem, um f�rum, uma cidade

“Vó, tenho que ir para outra cidade, pois preciso correr atrás de meus sonhos, ter novas oportunidades em minha vida”. Assim despedia-se o jovem Thallisson França daquela que o criou e teria que deixar na cidade de Porto de Pedras, em Alagoas. Para tantos

Por | Edição do dia 22/05/2015 - Matéria atualizada em 22/05/2015 às 00h00

“Vó, tenho que ir para outra cidade, pois preciso correr atrás de meus sonhos, ter novas oportunidades em minha vida”. Assim despedia-se o jovem Thallisson França daquela que o criou e teria que deixar na cidade de Porto de Pedras, em Alagoas. Para tantos, isso pode parecer comum, afinal, quantos de nós tivemos que emigrar para poder construir? Contudo, essa necessidade sempre revela as realidades difíceis do local em que estamos. Acompanho muitos jovens como sacerdote em minha paróquia e me entristece saber ser necessário, inúmeras vezes, saírem da cidade natal, pois não há empregos ou perspectivas de algo melhor caso eles fiquem. Lembro-me sempre de Padre Cícero Romão, o nosso “padim” nordestino, que se preocupava e rezava décadas atrás com situação semelhante encontrada na cidade de Juazeiro. O que fazer para ajudar àqueles que precisam construir suas histórias e não desejam se ausentar do lugar onde estão suas raízes? Apesar de nossa cidade ser rica em natureza e beleza, é pobre na possibilidade de futuro para os que desejam permanecer. Além disso, outras ações tornam a realidade ainda mais complicada. Um exemplo é a possibilidade do Tribunal de Justiça de Alagoas desativar a Comarca do Fórum de Porto de Pedras, transferindo os processos daqui para Passo de Camaragibe. Mais uma perda para a população! Lembro-me, quando cheguei ao munícipio, de haver uma empresa de ônibus que fazia transporte para Maceió. Hoje, já não existe mais, pois veio à falência. Isso faz com que a ida à capital ou às cidades vizinhas seja mais difícil, pois é necessário buscar transporte alternativo. Imagine, caro leitor, ter que ir a outro município resolver pendências tendo esta dificuldade de locomoção. Algo pequeno, podes estar pensando, mas só entende a real dimensão quem aqui reside e lida com os mais pobres. Diante de tantas dificuldades, lembro-me dos conselhos dados por Aristóteles em sua obra “A Política”; fico a pensar como seria melhor gerenciar tudo isto que foi colocado. Seriam os filósofos os que solucionariam? Talvez. Um fato é que eu tive a oportunidade de conhecer cidades pequenas, mas desenvolvidas. É necessária uma transformação de mentalidade, de cultura. É preciso mais. Um jovem, um fórum, uma cidade. Um trinômio que poderia ter fins diferentes. Deus os ajude!

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