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Nº 5759
Opinião

Adolescentes, seus crimes b�rbaros e a impunidade

Era uma noite de sábado, acabara de jantar e me preparava para assistir a um filme na televisão, quando o telefone tocou: uma voz pranteada e desesperada exclamava “Davi! Davi! Mataram o Zé Alfredo! Mataram o Zé Alfredo!”. Atônito, não reconheci aquela v

Por | Edição do dia 23/05/2015 - Matéria atualizada em 23/05/2015 às 00h00

Era uma noite de sábado, acabara de jantar e me preparava para assistir a um filme na televisão, quando o telefone tocou: uma voz pranteada e desesperada exclamava “Davi! Davi! Mataram o Zé Alfredo! Mataram o Zé Alfredo!”. Atônito, não reconheci aquela voz e exclamei “Quem tá falando? Que ta acontecendo? Quem tá falando?”; “É o Braga Lyra, Davi! Mataram o Zé Alfredo, Davi!”. Com o Tenório fui ao IML, onde seus filhos e alguns amigos, entre os quais o Ênio Lins, ali estavam, abatidos pela tragédia. Dali, fomos para a casa de Eduardo Lyra, seu cunhado, onde Tereza e a família sofriam nocauteados pela barbárie: José Alfredo Vasco, médico, pacato e exemplar pai de família tinha saído para dar uma volta e levara um tiro pelas costas de alguns adolescentes, após tentativa de roubo de sua velha bicicleta, sem que oferecesse qualquer resistência, no corredor Vera Arruda. Essa tragédia renova-se diariamente em todo o País; revivi-a como um infindável pesadelo essa semana, quando adolescentes assassinaram um ciclista, coincidentemente também médico, na Lagoa, no Rio. O assassino, 16 anos, reincidente de 15 entradas na Polícia: por tráfico de drogas, roubo e 5 vezes por uso de arma branca. O que assemelha esses dois crimes a tantos outros, igualmente hediondos, perpetrados por adolescentes cotidianamente, é que seus autores ficarão impunes, enquanto pais de família pacatos e trabalhadores são sangrados nas ruas brasileiras até morrer, como ovelhas em abatedouros clandestinos. Esses impiedosos assassinos, no máximo, pegarão alguma amena reprimenda, simplesmente porque são menores de 18 anos. O que fazer enquanto as prisões não se tornam modelares, com estrutura idealizada, capaz de fazer o que as escolas públicas não o conseguem? A população permanecerá à mercê das facadas? Quantos ainda serão sacrificados na barbárie das ruas brasileiras até que, finalmente, se acorde para a realidade? Quanto sangue inocente ainda será derramado impunemente? Não reagir a um assalto hoje no Brasil não é nenhuma garantia de que a vida da vítima será poupada. A população brasileira clama contra a impunidade, em todas as situações, principalmente na segurança. O PT prometeu durante a campanha de 2014 tornar a segurança pública uma responsabilidade da União: o Dr. Alfredo Gaspar de Mendonça é muito competente e determinado, está superando as melhores expectativas, mas precisa de apoio republicano para enfrentar tamanho desafio.

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