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Nº 5759
Opinião

Precat�rios, ainda sonhamos com eles

Nós, servidores públicos, conhecemos o seu significado, principalmente, aqueles que já foram contemplados pelos seus benefícios, por usufruírem de imensurável prestígio. Há anos, escutamos falar de sua aparição, que surge e se esconde, e vão se arrastand

Por | Edição do dia 27/05/2015 - Matéria atualizada em 27/05/2015 às 00h00

Nós, servidores públicos, conhecemos o seu significado, principalmente, aqueles que já foram contemplados pelos seus benefícios, por usufruírem de imensurável prestígio. Há anos, escutamos falar de sua aparição, que surge e se esconde, e vão se arrastando as expectativas, a ansiedade, os castelos que se dissolvem na areia movediça do tempo. O que se tornaria um prêmio, uma recompensa, o resgate justo de uma dívida, passa a ser decepção, descrédito. A sua aquisição foi decepcionante desde o início, jamais atendeu aos benefícios adquiridos por lei aos trabalhadores, impressos no direito e na verdade. Entra governo, outros se afastam e a linguagem é simplesmente uma cópia, frases repetitivas, promessas inválidas com resultados que podemos colher com antecipação, comprovando a insensatez dos maiores, onde a ganância se faz necessária, seguindo o adágio popular: “venha a nós tudo e para o vosso reino nada!”. Servidores empolgados com os anúncios exibidos nos jornais, e em outros meios de comunicação, em espaços previstos, perdem ainda um pouco do seu tempo recorrendo a advogados, que requerem uma assombrosa parcela pelo seu resgate, a inclusão de taxas exorbitantes, quando o seu conteúdo deveria ser total e nunca desfalcado. Em síntese, essa dívida contraída pelo Estado se apresenta tão resumida, tão mesquinha, que nos faz entrar em desespero, baixar a cabeça, marejar os olhos, amargar decepção e interrogar aleatoriamente se vale a pena lutar por essa causa, quando, no final,as sobras serão insignificantes. A espera dolorosa nos penhascos da vida parece interminável. Os sonhos desabam na cruciante vereda onde se alojavam, na expectativa de se tornarem reais. Mas se desmancham, provocando novos dissabores. É uma expectativa com jeito de eternidade! As decepções aquecem uma revolta justa e enfeitam o pranto daqueles mais necessitados, que utilizaram o desconforto do ônibus ou a despesa com o táxi em busca de uma palavra de esperança que lhes foi negada. Novamente, seguindo uma rotina comum, os precatórios adormecem, espalham pesadelos e descansam nas mãos de quem menos necessita, selecionados com um jeito brasileiro.

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