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Nº 5759
Opinião

Na Academia Brasileira de Letras

Passando a semana no Rio de Janeiro, primordialmente, para visitar uma parente próxima bastante idosa acometida de Alzheimer agravado, é doloroso constatar como esse mal, ainda longe da cura, tanto maltrata o enfermo como os familiares mais próximos. Par

Por | Edição do dia 20/06/2015 - Matéria atualizada em 20/06/2015 às 00h00

Passando a semana no Rio de Janeiro, primordialmente, para visitar uma parente próxima bastante idosa acometida de Alzheimer agravado, é doloroso constatar como esse mal, ainda longe da cura, tanto maltrata o enfermo como os familiares mais próximos. Paralelamente, a mídia reverbera adicionais problemas: inflação, desemprego e PIB negativo; pedaladas da Dilma e TCU; violência e maioridade penal; Lula e as doações suspeitas; bolivarianismo e Venezuela, e Operação Lava Jato avançando. Consequentemente, aproveitamos todos os momentos para aliviar a cuca: ‘Barbaridade’, uma peça em cartaz, da autoria de Zuenir Ventura e Veríssimo, pretenderia ser um musical humorístico, mas não consegue ser nem uma coisa nem outra, mesmo esses mestres enfrentam dificuldades. Em outro momento, tivemos sorte: na programação cultural da Academia Brasileira de Letras, assistimos ao excelente show ‘A lira dos Lyra: Carlos e Kay Lyra celebram os 450 anos do Rio’,músicas e histórias extraordinárias da MPB, com produção e apresentação do enciclopédico Ricardo Cravo Albim. Mas a visita à ABL estendeu-se. Mesmo estando em obras os andares superiores e restritos os acessos, conseguimos visitá-los e, mais demoradamente,o salão nobre e o Espaço Machado de Assis, onde estão os seus pertences, as coisas mais íntimas e seu mobiliário. Sente-se, fortemente, a presença de Machado. A grande frustração pela ausência de representação das Alagoas atualmente na ABL, desde que Ledo Ivo partiu, foi bastante mitigada pela leitura do Jornal das Letras, veículo oficial de comunicação impressa da ABL, que, em seu recente número 196, traz ampla e generosa matéria com Ivan Barros, nosso confrade da Academia Alagoana de Letras. A matéria destaca o relançamento por Ivan de três livros sobre Graciliano Ramos, onde, além de sua obra,a cidade de Palmeira dos Índios, seu povo e seu museu são citados. É muito gratificante ver que a venerável ABL considera o notável escritor palmeirense Ivan Barros como a maior e mais consistente referência nacional da atualidade sobre o mestre Graça. Ivan Barros está, inclusive, pleiteando que a Academia Brasileira de Letras crie a cadeira 41,que teria Graciliano Ramos como patrono: conforme Ivan, depois de Machado de Assis, Graciliano é o escritor brasileiro mais importante. Bela, brava e provavelmente ingrata, mas justíssima luta essa, Ivan Barros!

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