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Nº 5759
Opinião

Nordeste promissor

Nesta época do ano, as atenções do Brasil se voltam para o Nordeste. Trata-se de um olhar indulgente, carregado de compreensão para com a alma nordestina, tolerante, amistosa, receptiva, festeira, inclusive. Há alguns meses, quando do anúncio do resultado

Por | Edição do dia 25/06/2015 - Matéria atualizada em 25/06/2015 às 00h00

Nesta época do ano, as atenções do Brasil se voltam para o Nordeste. Trata-se de um olhar indulgente, carregado de compreensão para com a alma nordestina, tolerante, amistosa, receptiva, festeira, inclusive. Há alguns meses, quando do anúncio do resultado da eleição para presidente da República, a situação era bem outra. Pelas redes sociais, despejaram impropérios sobre nós e sobre a nossa capacidade de discernimento – jecas, como disse certa vez o jornalista Paulo Francis, um preconceituoso por excelência. Chegaram a sugerir que o resultado do pleito não era legítimo, pois contávamos pouco para a economia do País. Havíamos sido subornados pela máquina petista e pelo ‘bolsa esmola’. Uma visão esnobe de quem não conhece a região e sua gente. O Nordeste concentra 28% da população brasileira e 13% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil e é a região que mais cresce. No ano passado, teve um crescimento de 3,7% sobre 2013, segundo o índice de Atividade Econômica do Banco Central. Agricultura e varejo ajudaram no processo. Por outro lado, o Sudeste amargou recessão de 0,8%, com a indústria sendo responsável pela queda. É perceptível que não estamos precisando de esmolas. Nossa capacidade de trabalho é hercúlea, como diria Euclides da Cunha, autor de ‘Os Sertões’: a seca não nos vence nem os xingamentos nos abalam. A região se desenvolveu porque houve investimento. Nos últimos anos, particularmente nos governos do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff, nosso Nordeste ganhou um olhar diferenciado. Recebeu grandes obras estruturantes, portos, aeroportos, rodovias, tudo o que já havia sido dado ao Sul e ao Sudeste do País, e respondeu crescendo. O turismo, por exemplo, avançou: mais brasileiros passaram a conhecer a conhecer nossa terra. Os programas sociais de combate à fome tiraram milhares de famílias inteiras da condição subumana da miséria, dando ao povo nordestino o mínimo de dignidade e oportunidade para lutar por uma vida melhor. Não há como ignorar o Nordeste. Se existe uma minoria minúscula que torce o nariz para nossa região, há também uma maioria esmagadora que conhece e reconhece nossos predicados. Os fatos se sobrepõem às versões. Nossa tendência de crescimento não será barrada, nossa força política não será cerceada. Vamos lutar para atrair investimentos e adentrar no clube seleto da produção industrial. Gente capaz para isso, temos.

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