Hora do bom senso
Nos primeiros meses deste ano, Alagoas registrou significativa redução nos índices de criminalidade. Os homicídios tiveram queda de 24,3%, de janeiro a maio, em comparação com o mesmo período de 2014, e caíram ainda mais em Maceió: 33,8%. Num Estado que,
Por | Edição do dia 26/06/2015 - Matéria atualizada em 26/06/2015 às 00h00
Nos primeiros meses deste ano, Alagoas registrou significativa redução nos índices de criminalidade. Os homicídios tiveram queda de 24,3%, de janeiro a maio, em comparação com o mesmo período de 2014, e caíram ainda mais em Maceió: 33,8%. Num Estado que, nos últimos anos, assistiu atônito à escalada da violência, essa redução não deixa de ser motivo de júbilo, principalmente porque vem ocorrendo de forma consistente. O trabalho positivo feito no combate à criminalidade pode ser atribuído a fatores como a nova postura dos órgãos de segurança pública do Estado, ao disque-denúncia e, na ponta, à abnegação dos policiais, que também se beneficiam com o reconhecimento da população e a reabilitação da imagem das policiais. É preciso reconhecer, ainda, a escolha acertada do promotor de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça para comandar a Defesa Social. O secretário tem mostrado muito dinamismo, competência e disposição, inclusive para acompanhar de perto as ações. Agora, o impasse nas negociações do reajuste salarial levou policiais militares e bombeiros a deflagrar a chamada operação-padrão. Não se pode tirar a razão dos integrantes das duas corporações de reivindicar melhores salários e condições de trabalho. Além da relevante função que exercem, são pais de família que estão sentindo o efeito do aumento do custo de vida. Do outro lado, porém, o Estado se depara com a barreira da Lei de Responsabilidade Fiscal, que o impede de fazer contratações e conceder reajustes salariais maiores. Na busca de saídas, o governo reduziu cargos comissionados, cortou despesas e tem buscado elevar a arrecadação, mas ainda não obteve uma folga no orçamento. Nessa situação, é preciso bom senso dos dois lados. Os militares precisam reconhecer que o momento é de união para tirar o Estado da crise. Não se pode voltar à estaca zero, depois de todo o esforço feito até agora para dar mais segurança à sociedade alagoana. A repercussão seria negativa também para os próprios policiais. A PM precisa repensar essa decisão de iniciar a operação-padrão e manter o diálogo com o governo, que, por sua vez, também deve se esforçar mais para melhorar suas contas, a fim de poder contemplar os anseios de todo o funcionalismo. O momento é de manter as conquistas, não de perdê-las. Por isso, bom senso é fundamental.