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Nº 5759
Opinião

Volume morto

Tenho demorado em trazer novos textos para esta página. Ver os jornais, televisão e ouvir rádios, todos os dias, para receber a avalancha de notícias que nem preciso justificar, vai nos tirando o foco de escrever sobre coisas gostosas do nosso dia a dia.

Por | Edição do dia 27/06/2015 - Matéria atualizada em 27/06/2015 às 00h00

Tenho demorado em trazer novos textos para esta página. Ver os jornais, televisão e ouvir rádios, todos os dias, para receber a avalancha de notícias que nem preciso justificar, vai nos tirando o foco de escrever sobre coisas gostosas do nosso dia a dia. Notícias essas que previmos, como a falta de controle da economia e, principalmente, da inflação. Henrique Meirelles passou o ano de 2014, em artigos, alertando para o fato de não vigiarem constantemente o centro da meta da inflação: 4,5% com um viés de 2% para mais ou para menos. E a mais nova previsão para esse ano, de acordo com o Banco Central, é de 9%. Ou seja, o dobro da meta. Literalmente, chutaram o balde. Ver o oportunismo do maior líder do petismo voltar-se, de repente, contra seus comandados, faz-nos lembrar que o que está aí é fruto do que ele mesmo pregou – “eles não sabem do que somos capazes para ganharmos essa eleição” – frase proferida pelo senhor Lula da Silva durante a campanha para a reeleição de Dilma. Então, quando assistimos ele próprio, num gesto debochado e descompromissado, criticar, como se oposição fosse, quem ele lá colocou e ao seu ‘sacrossanto’ partido, percebemos a sua capacidade de fugir às responsabilidades. Aproveita para tirar o foco das notícias que nos dão conta de seu, cada vez mais, possível envolvimento com as empreiteiras que estão sob as “duchas” da Lava Jato. Um ex-presidente da República, que deveria ter uma postura de estadista, ser tratado sob a alcunha de ‘Brahma’ – nada contra a excelente cerveja ou ao Deus hindu – por pessoas com as quais deve manter uma relação nada republicana, dá-nos a sensação de termos chegado ao fundo do poço. De fato, Lula, está difícil para sua companheira levar adiante seu projeto de poder, quando você mesmo afirma que o PT está velho, só pensa nos empregos e encontra-se no ‘volume morto’. Não bastasse, a oposição não tem uma atitude correta para com o ajuste fiscal. Faz o papel que o PT sempre fez quando oposição: ser do contra, e o PT, do contra duas vezes. O presidente da Mercedes Benz Brasil, Phillip Schiemer, disse, em entrevista à Folha, que “o PSDB vota contra suas crenças e o PT também”, que a crise atual “é a pior dos últimos vinte anos” e “se deve a problemas domésticos”. Diferentemente do que prega Dilma e sua ‘crise internacional’. Porém, enquanto o circo pega fogo, a madame continua emitindo seus conceitos ‘inteligentes’ e pitorescos sobre mandioca, ‘homo sapiens e mulheres sapiens’ e que “legado não é só depois, os Jogos Olímpicos vai (sic) deixar um legado antes, durante e depois”. Só estando no ‘volume morto’.

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