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Nº 5759
Opinião

Educa��o � o caminho

Em 1960, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita da Coréia do Sul (hoje um exemplo de desenvolvimento com seus carros, computadores e celulares de ponta) era de 900 dólares. Naquela época, o PIB brasileiro era o dobro. Nos anos 80, nos equiparamos. Há tr

Por | Edição do dia 09/07/2015 - Matéria atualizada em 09/07/2015 às 00h00

Em 1960, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita da Coréia do Sul (hoje um exemplo de desenvolvimento com seus carros, computadores e celulares de ponta) era de 900 dólares. Naquela época, o PIB brasileiro era o dobro. Nos anos 80, nos equiparamos. Há três anos, a Coréia atingiu um PIB de 32 mil dólares, enquanto patinamos nos 11,7 mil dólares. O que ocorreu para que adviesse um resultado tão distinto? A resposta está na educação. Brasil e Coréia tinham em 1960 (sem levar em conta os analfabetos funcionais, aqueles que sabem apenas assinar apenas o próprio nome) 35% de analfabetos. Hoje, não há coreano analfabeto, enquanto temos 13 milhões de pessoas com idade acima de 15 anos que ainda não sabem ler nem escrever. Só 18% dos jovens brasileiros estão na universidade; já na Coréia, esse número chega a 82%. O que fizeram os coreanos ao longo desse tempo? Investiram maciçamente no ensino fundamental, criaram uma base. Então, partiram para os ensinos médio e superior. Foi um investimento que contemplou recursos materiais e intelectuais. A aplicação dos recursos foi feita mediante um planejamento abrangendo a meritocracia. Basta dizer que o salário inicial de um professor do ensino fundamental na Coréia é de 3 mil dólares. Alguém pode afirmar que eles carreiam tudo para a educação, mas não é bem assim. A Coréia do Sul destina 4% do PIB para a educação, enquanto acabamos de aprovar um plano que recomenda 10%. Será que com isso vamos sair do atoleiro? Não enquanto os recursos continuarem a ser pessimamente aplicados. Na segunda-feira, a bancada federal de Alagoas reuniu-se com o secretário estadual de Educação. Luciano Barbosa apresentou números impressionantes. Dos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação), da ordem de 1 bilhão 150 milhões de reais sobram pouco mais de 23 milhões de reais para novas ações depois do repasse para os municípios, pagamento de salários e contratos. Ele decidiu rever alguns desses contratos feitos pela gestão passada e descobriu que apenas pelo aluguel de um galpão, o Estado pagava 12 milhões de reais/ano, e desembolsava outros 24 milhões de reais/ano para segurança armada. Cancelou tudo e está refazendo os cálculos. A destinação de 10% do PIB para a Educação é uma boa iniciativa. Mas temos que acompanhar de perto como esses recursos serão distribuídos (e aí entra a questão do pacto federativo – deveres e direitos da União, Estados e municípios, com esses últimos sendo sempre prejudicados – que pretendemos abordar no próximo artigo) e como serão aplicados. E, prioritariamente, fiscalizar essa aplicação. Não podemos perder a chance de efetivamente mudar o Brasil.

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