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Nº 5759
Opinião

Gilvan Passos

Não admitiria que mais um representante, e dos legítimos, da minha Viçosa das Alagoas fosse sepultado na crueza do silêncio, sem uma mensagem sequer, nem que pesássemos, em reconhecimento, a sua vida, longeva vivência de nonagenário que soube viver. E Gil

Por | Edição do dia 18/07/2015 - Matéria atualizada em 18/07/2015 às 00h00

Não admitiria que mais um representante, e dos legítimos, da minha Viçosa das Alagoas fosse sepultado na crueza do silêncio, sem uma mensagem sequer, nem que pesássemos, em reconhecimento, a sua vida, longeva vivência de nonagenário que soube viver. E Gilvan Menezes Leite (1924-2015), cognominado »o homem do cachimbo«, foi o patriarca de sua família, cativou os seus e se tornou uma dessas legendas cuja perda crava fundo no coração daqueles que, bairristas como eu, sabem bem que nos sentimos mais pobres com o adeus material dos que transbordam do círculo privado para qualificarem-se também probos homens públicos. Festivo, fora presidente do Clube Social de Viçosa (Associação Rural) e sócio fundador do Lions cambembe; evoco ainda o político ponderado que da Câmara Municipal, ao lado de colegas de bancada tais que Pedro Cassiano, Ernesto Jatobá, Macário Loureiro, Antônio Pedrosa, Manoel Loureiro e outros vereadores, vislumbrou – sob todo o direito de exercer a sua cidadania em busca de uma terra natal melhor para o seu tempo – a majoritária, quando, em pleito, concorreu com Arnóbio Cavalcanti e seria apoiado por aquela figura excêntrica de líder popular, Paulo Brandão, então gestor, sendo este, todavia, sucedido por meu respeitado tio Aloísio Vasconcelos, em sua segunda vitória para o Poder Executivo. A genealogia de que fora descendente, do fundador Manoel Ignacio de Oliveira Passos a um escritor da grandeza de Graciliano, é ela das mais plurais que concebo – a que se junta, do seu casamento com sua Mirian, a dos Rebelo. E nesta pontuação sociológica de papéis sociais, entre sacerdotes ou boêmios, não deixaria de sublinhar o senhor do antigo banguê de seu avô João Leite dos Passos (ex-prefeito de Viçosa), do dantes engenho e da hoje fazenda Aquidaban, preservada por seus filhos Eduardo Jorge, Margareth, Elizabeth (bela mestra de minha adolescência), Gilvan Filho e Anne Rose. Cônscio dos deveres éticos e do trabalho dos homens e das mulheres nas suas missões cá neste planeta, embora ante este instante de soluços, que a família se conforte, esperançosamente a recordar sempre a memória de Gilvan Passos – no alto grau de compreensão do que é belo pelo exemplo –, porque, qual finaliza em seu mais recente livro Ivo Pitanguy, est’alma lírica de cultor mor da beleza: »Assim, sigo vivo, olhando para a frente, para além do azul safira onde o mar e o horizonte se encontram«. Até um dia!.

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