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Nº 5759
Opinião

Eu acredito

O refrão da torcida do Atlético Mineiro, “eu acredito”, gerou tanta energia, é tão contagiante que levou o time a resultados já considerados impossíveis de reverter em viradas extraordinárias e conquistas memoráveis nos últimos anos. Melhor ainda: contami

Por | Edição do dia 28/07/2015 - Matéria atualizada em 28/07/2015 às 00h00

O refrão da torcida do Atlético Mineiro, “eu acredito”, gerou tanta energia, é tão contagiante que levou o time a resultados já considerados impossíveis de reverter em viradas extraordinárias e conquistas memoráveis nos últimos anos. Melhor ainda: contaminou positivamente os apaixonados do futebol brasileiro que no calor da emoção diante de situações adversas, não resistiram e fizeram ecoar por estádios a fora, enchendo o peito com força, repetidas vezes, o mesmo grito de guerra. Creio no que outrora disse Santo Agostinho: “Ter fé é acreditar naquilo que você não vê; a recompensa por essa fé é ver aquilo em que você acredita”. Por isso mesmo tenho muita fé e lá longe, naquele espaço onde a vista alcança o céu em fusão com o mar, vejo a terra prometida. É a minha Alagoas mesmo amargando números tão pessimistas e em alguns casos até desesperançosos, me faz crer no amanhã. Apesar de tantos gestores e legisladores, protagonistas constantes na mídia invariavelmente acusados de improbidade administrativa, desvio de recursos e enriquecimento ilícito. Pasmem! A dança das cadeiras afeta exatamente os mais jovens. Aqueles em quem naturalmente apostamos que poderiam simbolizar a revolução das grandes mudanças de que tanto necessitamos. Acredito, mesmo ostentando o título de líder da violência que mata diariamente muito acima da média, meninos adolescentes, comprometidos com o tráfico, vítimas da ausência por décadas de investimentos em políticas públicas para minorar a gravidade do problema atacando de frente os desarranjos sociais que nos perseguem. Da falência da saúde que humilha a grande maioria da população espremida em filas intermináveis pelas madrugadas nas calçadas dos falidos postos de saúde, sem esperança de pelo menos conseguir um remédio para amenizar a pior de todas as dores, a dor moral. Eu acredito, sim, apesar do MEC divulgar recentemente que somos o penúltimo estado brasileiro com o maior índice de professores despreparados em todo o Brasil. Ganhamos apenas do Maranhão dos Sarney que ostenta a humilhante vigésima sétima colocação. Acreditar é preciso para não se perder a esperança de sonhar com um novo tempo, com um estado mais humano que possa oferecer vida digna para a sua gente. Acreditar principalmente que a mudança acontecerá quando assumirmos em definitivo o compromisso e a coragem de mudar.

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