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Nº 5759
Opinião

Males de origem

A grande mídia hegemônica, em suas poucas variantes, possui um currículo invejável e com raríssimas exceções detém a marca invejável de ter participado de todas as conspirações contra a legalidade constitucional da História contemporânea do País. Em perí

Por | Edição do dia 31/07/2015 - Matéria atualizada em 31/07/2015 às 00h00

A grande mídia hegemônica, em suas poucas variantes, possui um currículo invejável e com raríssimas exceções detém a marca invejável de ter participado de todas as conspirações contra a legalidade constitucional da História contemporânea do País. Em período recente, movimentou-se febrilmente contra o governo popular, nacional desenvolvimentista de Getúlio Vargas em 1954, aliada às forças mais retrógradas, alinhadas aos setores subordinados à opção da dependência irrestrita econômica geopolítica brasileira. Apoiaram, em outras épocas, a nefasta teoria de Gobineau, misto de antropólogo, sociólogo, diplomata francês que, armado de falsas teses científicas, alardeava aos quatro cantos do mundo que o Brasil, por condição de nação tropical, infestado de doenças típicas do clima, associado a uma mestiçagem promíscua de raças – negros, índios, europeus – estaria condenado ao subdesenvolvimento inevitável. Daí, empalmaram a surreal ideia, junto a intelectuais colonizados da época, do embranqueamento nacional através de ondas maciças de imigrantes europeus como atenuante aos “nossos males de origem” e, apesar de condenados pela nossa formação antropológica, as coisas podiam ser ao menos minimizadas. Superado tamanho disparate científico, agarram-se a outros temas, como a destinação do nosso eterno purgatório à dependência econômica estrutural por razões de grande atraso em nosso salto ao desenvolvimento capitalista moderno que, com muita sutileza e duvidosa sofisticação acadêmica foi recauchutada pelo “príncipe da sociologia brasileira”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No período autoritário de 1964, a mídia oligárquica promoveu, como vanguarda do retrocesso, o arbítrio em curso ao lado de vários setores das elites civis do País. Produziram uma falsa revisão de suas posições da época, mas a verdade é que, além de crescerem espetacularmente no período ditatorial de 21 anos, suas intenções jamais foram de autocrítica, pretendem continuar na senda autoritária de um cosmopolitismo subalterno que nunca abandonaram. Hoje, mais uma vez agem contra a legalidade constitucional a democracia, os interesses da nossa soberania, o desenvolvimento efetivo do País. Urge, além da luta pela sagrada liberdade de opinião e expressão, intensa defesa da Constituição e da nação, ameaçadas.

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