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Nº 5759
Opinião

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Não é de hoje que a saúde é uma das principais preocupações do brasileiro e também um dos maiores desafios e alvo das promessas eleitorais dos governantes. No Brasil, o sistema de saúde pública, o SUS, tem a pretensão de atender todos os cidadãos, sem dis

Por | Edição do dia 31/07/2015 - Matéria atualizada em 31/07/2015 às 00h00

Não é de hoje que a saúde é uma das principais preocupações do brasileiro e também um dos maiores desafios e alvo das promessas eleitorais dos governantes. No Brasil, o sistema de saúde pública, o SUS, tem a pretensão de atender todos os cidadãos, sem distinção. Como projeto, é grandioso e bem-intencionado, mas os resultados estão muito aquém das necessidades da população. Um exemplo é o Saúde da Família, que tem o objetivo de atuar na prevenção de doenças, alterando um modelo de saúde centrado nos hospitais. Em 20 anos, no entanto, nenhum estado alcançou cobertura completa. A consequência dessa e de outras falhas são hospitais lotados e dificuldades para marcação de consultas e exames. Outro problema nacional é a mão de obra. Não só faltam médicos no interior, mas também estrutura para o atendimento. A formação dos profissionais também é questionada. Mas nem tudo são críticas. A partir da criação do SUS, o Brasil avançou no controle das doenças passíveis de prevenção por meio da vacinação. Merecem ainda elogios o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Programa Brasil Sorridente – voltado para a saúde bucal –, a rede de saúde mental e os consultórios de rua. O fato é que universalizar os serviços de saúde num País com as dimensões do Brasil exige um grande volume de recursos, e aí reside uma das principais causas para os problemas do SUS. Apesar da promessa de atender a todos, o Brasil é um dos países que menos investem em saúde: menos de 490 dólares por habitante. Referências como o Canadá ou a Inglaterra investiram, respectivamente, mais de 4 mil dólares e mais de 3 mil dólares por habitante no ano. Entre os países da América do Sul, a Argentina investe quase 700 dólares por pessoa e o Chile, quase 550. Até 2007, o governo contava com os recursos da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Com sua extinção, mais de R$ 350 bilhões deixaram de ser arrecadados. Por isso, é preciso que sociedade e governantes discutam a revisão do financiamento do sistema de saúde. Não basta, porém, simplesmente destinar mais dinheiro. É fundamental combater a fraude e o desperdício, para que todo centavo destinado ao setor se reverta efetivamente em estrutura, medicamentos e serviços.

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