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Nº 5759
Opinião

RETROCESSO

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Por Editorial | Edição do dia 08/12/2021 - Matéria atualizada em 08/12/2021 às 04h00

Pesquisa feita pelo IBGE mostrou que o tempo médio de suspensão das atividades presenciais de ensino e aprendizagem em 2020, em função da pandemia, somou 279,4 dias no Brasil. Na rede pública, a média de atividades suspensas presencialmente foi de 287,5 dias, e, na rede privada, de 247,7 dias. No geral, 99,3% das escolas da educação básica suspenderam as atividades presenciais e 90,1% não retornaram no ano letivo de 2020. O maior tempo médio total de suspensão das aulas presenciais foi identificado na Região Nordeste do País (299,2 dias), com destaque para a rede pública (307,1 dias).

De acordo com o IBGE, o Brasil está entre os países que tiveram o maior período de suspensão das aulas presenciais, de acordo com o monitoramento global da Unesco. Em novembro do ano passado, o IBGE apurou que 2,4% dos estudantes de seis a 17 anos de idade frequentavam aulas presenciais normalmente e 5,4% de forma parcial, enquanto 92,2% não tinham aulas presenciais. Desse total, não foram disponibilizadas atividades escolares para 10,8%. Na educação básica, 42,6% das escolas promoveram aulas pela internet, sendo 35,5% na rede pública e 69,8% na rede privada. Em 2019, 54% dos estudantes de 15 a 17 anos tinham internet e computador ou notebook em casa, sendo 48,6% na rede pública e 90,5% na rede privada. Entre os estudantes brancos dessa faixa etária, o total atingiu 67,3%, contra 46,8% para estudantes pretos ou pardos, mostrando diferença de 20,5 pontos percentuais. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) já alertou que ue a educação brasileira pode retroceder até quatro anos nos níveis de aprendizagem devido à necessidade de suspensão das aulas presenciais na pandemia. Para evitar esse retrocesso, especialistas indicam três ações fundamentais: a promoção de maior engajamento dos estudantes com o ensino remoto; a adoção de alguma forma de ensino híbrido o mais rápido possível; e a prática de ações voltadas para a recuperação e aceleração do aprendizado e a otimização do currículo. O fato é que priorizar a recuperação da educação é essencial para evitar uma catástrofe geracional.

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