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Nº 5759
Opinião

A poesia est� morrendo

Como eram valiosas as nossas reuniões literárias sempre aos domingos e feriados, nas residências dos professores, Grêmios Estudantis, nas nossas próprias casas, lá em Viçosa, terra da cultura e de filhos famosos, que se sobressaiam pelas letras e honradez

Por | Edição do dia 12/08/2015 - Matéria atualizada em 12/08/2015 às 00h00

Como eram valiosas as nossas reuniões literárias sempre aos domingos e feriados, nas residências dos professores, Grêmios Estudantis, nas nossas próprias casas, lá em Viçosa, terra da cultura e de filhos famosos, que se sobressaiam pelas letras e honradez, nos legando ensinamentos inesquecíveis! Numa aquisição compensadora, aprendíamos a formar versos metrificados com rimas e sentido. Eram os sonetos, aquelas poesias com sons idênticos no término de cada verso, finalizando os nossos pensamentos. Honrávamos aquela musa, nascida com o universo num momento especial da criação! E caminhou com a vida, com o tempo, enquanto surgiam inspirações inéditas entre os humanos! As metáforas encantavam com sua criatividade e inspiração divina! Como nos deliciávamos ao decantar as estrelas bailando no céu e as nuvens vadias formando imagens que eram decifradas com curiosidade, equívocos e ganância, os gemidos do vento ocultando segredos, anulando-os sem pretensão de revelá-los. As aves gorjeando para despertar o dia,as borboletas rodopiando em volta de cada flor que esbanjava aromas e matizes, enfeitando igrejas, lares, a vida e a morte. As interpretações eram condensadas como se possuíssem almas, tão românticas e significativas se apresentavam! As músicas pejadas de fantasias atingiam o âmago, favorecendo a leveza do mesmo, com sons serenos e compassos cadenciados. Em tudo a poesia era impressa, como se fosse o canto sublime dos anjos. O tempo foi desgastando rimas, metáforas, estrofes, amor, sinceridade, versos propícios a aliviar as dores espirituais e encantar humanos, vítimas da ganância e incompreensão, olvidando que todas as obras do Criador, encerram poemas, para encantar o universo em que vivemos. A poesia, a música, amenizam as asperezas da vida, transformando espinhos em pétalas, suavizando a rigidez das pedras estendidas pelo caminho. Tão depressa esquecemos o legado que nos deixou Olavo Bilac, Castro Alves, Casimiro de Abreu, Machado de Assis, Vinicius de Moraes e tantos outros! Ah, se pudéssemos registrar uma estrofe a cada dia, enfeitada de sorrisos ou mesmo de lágrimas! A felicidade existe no que revenreciamos com ternura em favor do bem! Felizes os que ainda recitam versos cantam e oram em forma de poemas!

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