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Nº 5759
Opinião

Express�o do sagrado

No último retiro dos clérigos da arquidiocese de Maceió, Dom Genival Saraiva, pregador e bispo emérito de Palmares, parou um momento para refletirmos sobre a experiência de sermos uma expressão do sagrado no meio do povo. “Quantas vezes as pessoas pedem q

Por | Edição do dia 21/08/2015 - Matéria atualizada em 21/08/2015 às 00h00

No último retiro dos clérigos da arquidiocese de Maceió, Dom Genival Saraiva, pregador e bispo emérito de Palmares, parou um momento para refletirmos sobre a experiência de sermos uma expressão do sagrado no meio do povo. “Quantas vezes as pessoas pedem que possamos rezar, impor as mãos sobre elas, pois têm certeza que obterão graças, pois veem em nós um sinal claro do que é sacro!”, dizia. Então, eu me detive naquelas palavras, pois um filme se passou das inúmeras vezes em que isso aconteceu. Contudo, algumas foram interessantes por conta da circunstância e lugar. Desejo então partilhar com o caro leitor um desses fatos. Estava eu indo para uma cidade visitar velhos amigos que haviam se tornado meus afilhados, um casal que tenho em minha história de vida. Como fazia aniversário naqueles dias, resolvi parar em um Shopping Center para comprar uns presentes. E lá fui eu, pensando em ir rapidamente, pois havia acabado de entrar naquela cidade. Quando cheguei à frente do dito cujo lugar, uma senhora me parou, dando um grito: “Padre!”. E disse o quanto era bom me encontrar naquele momento. Achei inusitada a situação e a forma de sua abordagem era de alguém próxima. Pensei então que talvez me conhecesse, mas a memória mesmo sendo forçada a lembrar dela não me indicava quem era. E realmente, ela não me conhecia. Mas, suas expressões de afeto e confiança aconteceram por um único motivo: ela me reconheceu como sacerdote por conta da vestimenta e sabia que eu era uma expressão do sagrado. Aquela mulher estava com uma irmã e uma amiga. Sua parenta estava doente e afirmou que não estava querendo se cuidar, relutando para não tomar a medicação necessária. Então pediu que eu rezasse por ela nessa intenção. Eu agi prontamente. Todos ali à frente do Shopping Center, perto das escadarias, coloquei as mãos sobre a cabeça dela e pedi que Deus a ajudasse naquela situação. Após a oração, elas estavam muito felizes e me agradeceram muito. Confesso que tudo foi inusitado pela localidade e circunstância. Mas, aquilo foi um fato que me marcou, pois a mudança ontológica pela qual passei na ordenação tornou-me um sinal visível do sagrado no meio do povo. Onde eu estiver, levarei isso comigo. Esse sou eu. E de acordo com nossa fé, eu tenho certeza: é eterno.

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