Drogas e Pantomima
Depois dessa pantomima do que se convencionou chamar de apoio a Dilma e contra o impeachment, onde bandeiras do sindicalismo estiveram, mais uma vez, a serviço do patrão, ficou patente a cacrolândia moral do governo. Meu amigo, que espetáculo tétrico!
Por | Edição do dia 22/08/2015 - Matéria atualizada em 22/08/2015 às 00h00
Depois dessa pantomima do que se convencionou chamar de apoio a Dilma e contra o impeachment, onde bandeiras do sindicalismo estiveram, mais uma vez, a serviço do patrão, ficou patente a cacrolândia moral do governo. Meu amigo, que espetáculo tétrico! Uma mistura de circo dos horrores e peleguismo. Algumas pessoas ficam em dúvida o que será pior para o Brasil. O lulopetismo ou as drogas... Digo a vocês, apesar da marcha vitoriosa das drogas, o estrago que essa quadrilha provocou no país, durará anos. Não se trata apenas dos desfalques no BNDES, na Eletrobrás, na Petrobrás. O sangue, a alma, o DNA, o sistema imunológico, qualquer analogia parece pouco, foi contaminada. A defesa incondicional dessas falcatruas, a minimização dos rombos (como se dois bilhões fossem titica de galinha) são a prova inconteste do grau de contaminação moral da população. Uma bomba atômica não produziria estrago maior. É improvável a recuperação moral da nação nesses próximos cem anos. Como bem lembrou o articulista, há um histórico de malversação. Getúlio Vargas (segundo ele mesmo) vivia cercado por um mar de lama. Nos dias que antecederam o suicídio, o pai dos pobres chorava copiosamente nas janelas do Palácio do Catete. Não seriam discursos ácidos que levariam o Velho ao desespero. O gaúcho tinha conceitos morais inabaláveis. Não admitia, por exemplo, ter um filho envolvido em roubalheiras... Veio Juscelino. Hoje beatificado, certos relatos da construção de Brasília caminhões de areia registrados indefinidamente numa só carga causam mal estar aos leitores. Se prosaicos caminhões e carroças tinham essas regalias... Não nego que Juscelino irradiava simpatia, era envolvente, culto e um grande orador. Por sinal, guardo de cor uma frase maravilhosa de um dos seus discursos em Brasília: Desse Planalto Central... , lanço o meu olhar mais uma vez e antevejo o amanhã do meu país, com uma confiança sem limites e uma fé inquebrantável no futuro do meu povo. Pobre Jango. Desmoralizado. Cárcere dos dissabores familiares. Louve-se sua mansidão. Acho que estava de saco cheio. Pegou o avião e partiu. Há pessoas assim. Nascem para ser vices. Por que é tão difícil acabar com a corrução e com as drogas? É que ambas causam prazer, atuam em determinados receptores do cérebro de forma intensa e demolidora. A corrução e o crack não precisam de propaganda. Convém não experimentar.