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Nº 5759
Opinião

Quest�o humanit�ria

O drama dos refugiados na Europa vem ganhando proporções cada vez maiores, com cenas de desespero transmitidas quase diariamente pelos canais de notícias. Seja na costa italiana ou nas Ilhas Canárias, centenas de pessoas chegam diariamente ao território e

Por | Edição do dia 02/09/2015 - Matéria atualizada em 02/09/2015 às 00h00

O drama dos refugiados na Europa vem ganhando proporções cada vez maiores, com cenas de desespero transmitidas quase diariamente pelos canais de notícias. Seja na costa italiana ou nas Ilhas Canárias, centenas de pessoas chegam diariamente ao território europeu. Enquanto autoridades discutem se são “refugiados” ou “imigrantes”, cada um conta apenas com a própria sorte. Desde o início do ano, 293 mil migrantes e refugiados tentaram chegar à Europa, através do Mediterrâneo. Pelo menos 2.440 pessoas morreram durante o percurso. Ontem, na Hungria, milhares foram impedidos de seguir viagem de trem para países como Alemanha e Áustria. Ao mesmo tempo, cresce o debate sobre a fragilidade do trânsito livre pela área em que não há controle imigratório nas fronteiras, o chamado espaço Schengen. Implementada há 20 anos, a área reúne hoje 26 países europeus que dispensam o uso de passaporte entre eles. O modelo permite, na prática, que refugiados e imigrantes cruzem de um país para o outro sem monitoramento. Pela regra, o refugiado deve pedir asilo no primeiro país europeu que entrou, mas muitos saem de países do leste para nações ocidentais como Alemanha e França. Esse aumento diário do número de famílias que chega à Europa fugindo de países em conflito – arriscando-se em frágeis embarcações no mar ou tentando cruzar as fronteiras por terra – está obrigando os mandatários europeus a se posicionarem. É cada vez maior a pressão para que se encontre uma política comum diante desse drama humanitário sem precedentes. A pressão para encontrar respostas intensificou-se a partir de abril, quando morreram num naufrágio 800 pessoas que tentavam chegar por via ilegal à Europa A situação não é fácil. Numa altura em que a Europa atravessa uma crise financeira, os refugiados representam um peso econômico que parece difícil de suportar. Entretanto, os dirigentes mundiais, principalmente os europeus, não podem fazer de conta que nada se passa. Combater as causas e não apenas as consequências da catástrofe humana será a grande tarefa da União Europeia e também das Nações Unidos, que devem procurar fomentar perspectivas de vida digna nos países de origem desse contingente de refugiados. Caso contrário, o fluxo migratório continuará em níveis insuportáveis.

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